O Presidente da República classifica como um "lapso" a ausência de comunicação sobre a condecoração póstuma ao marechal António de Spínola e a Costa Gomes.
Marcelo Rebelo de Sousa falou pela primeira vez da polémica, esta sexta-feira, na inauguração de uma exposição em Lisboa sobre o Movimento das Forças Armadas.
O chefe de Estado anunciou também a atribuição de medalhas de participação no 25 de Abril.
A exposição foi inaugurada sem estar ainda acabada, com algumas paredes vazias à espera de painéis, mas mesmo assim o Presidente da República percorreu os corredores da Gare Marítima de Alcântara lado a lado com Vasco Lourenço.
Acabou por ser o capitão de Abril a socorrer Marcelo Rebelo de Sousa na explicação aos jornalistas sobre a polémica condecoração a Spínola, que não foi comunicada por Belém.
“Foi lapso, a condecoração foi em julho, mas só saiu em Diário da República em agosto. Mete-se o verão e, no intervalo entre julho e agosto, acabou por não sair a notícia. Fala-se do marechal Spínola, mas era também o marechal Costa Gomes, o almirante Rosa Coutinho e vários outros oficiais”, declarou o Presidente.
Questionado se houve secretismo nas condecorações, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que “estavam cento e tal pessoas” e Vasco Lourenço sublinhou: “a situação foi anunciada, só não foi publicada no site da Presidência… pronto”.
Na intervenção que fez no final da visita à Gare Marítima de Alcântara, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou mais condecorações: medalhas para aqueles que participaram no 25 de Abril “sem responsabilidades de comando, mas que foram fundamentais”.
O Presidente da República diz-se convicto que as comemorações do 25 de Abril representam um momento de “consenso nacional óbvio”.
Apesar das virtudes, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa, ainda há muitos problemas por resolver 50 anos após o 25 de Abril.
A exposição sobre o papel do MFA na Revolução dos Cravos está patente na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, até 26 de junho.