Paulo Alexandre Sousa é o novo provedor da Santa Casa de Lisboa
16-05-2024 - 20:18
 • Filipa Ribeiro , João Pedro Quesado

Economista foi anunciado durante audição no Parlamento. Rosário Palma Ramalho estava a prestar esclarecimentos aos deputados acerca da exoneração de Ana Jorge.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou esta quinta-feira Paulo Alexandre Sousa como o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Ouvida na Assembleia da República sobre a exoneração de Ana Jorge do cargo de provedora da instituição, Rosário Palma Ramalho justificou a decisão como "um novo modelo com um perfil financeiro e com provas dadas em matérias de ação social", com o "interesse" de "manter a missão".

Paulo Alexandre Sousa foi vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e é apontado pela ministra como tendo "muita experiência social".

De acordo com a ministra, a decisão foi tomada em conjunto com o primeiro-ministro. “Paulo Alexandre Sousa é um economista reputado, licenciado em gestão de empresas pelo ISEG, pós-graduado em gestão bancário, antigo presidente da comissão executiva do Banco Comercial e de Investimento, director na direção de financiamento de imobiliário da Caixa Geral de Depósitos. Com vasta experiência internacional, importante no caso da Santa Casa - quanto mais não seja na saída do Brasil -, e com basta experiência social, uma vez que foi vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa”, sublinhou a ministra.

Na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, a atual ministra do trabalho acusou a ex-provedora de inação sobre a situação financeira da Santa Casa da Misericórdia, defendendo que “a provedora encontrou um cancro financeiro e tratou-o com paracetamol”.

Rosário Palma Ramalho acrescenta ainda que a ex-provedora colocou o lugar à disposição na reunião onde a ministra recebeu Ana Jorge. De acordo com a ministra, foi dada a possibilidade à ex-provedora de esta anunciar a sua saída, mas uma vez que isso não aconteceu, o Governo decidiu pela exoneração, “que terá fundamentos legais”.

A responsável pela pasta da Segurança Social nega que a exoneração tenha sido anunciada por email, acrescentando ainda que não houve ruptura na tesouraria devido a uma transferência da Segurança Social no final do ano passado. “Se não fosse a transferência da Santa Casa, tinha sido mais de 30 milhões de prejuízo”, sublinhou

A atual ministra acusa ainda a ex-provedora de ter ocultado acordos sobre aumentos salariais a trabalhadores, como o de 20% em dois anos para médicos e enfermeiros.

Sobre a reestruturação, a ministra garante ainda não ter pedido nenhum despedimento colectivo, “Não me compete a mim desenhar planos de reestruturação” e sublinhou que o novo governo fez o que teve de fazer ao “substituir a mesa”.

Na audição, realizada a pedido da Iniciativa Liberal e do Partido Socialista, a ministra acrescentou ainda que foi dada pouca informação pela ministra anterior, Ana Mendes Godinho, sobre a situação na instituição. “A pasta de transição estava mesmo vazia, perguntei à ministra porque estranhei que estivesse vazia e a ministra deu-me informação sucinta via oral sobre a visão dela. Foi a ministra que disse que havia uma auditoria que era forense," disse.

Privatização dos jogos? “Nunca esteve em cima da mesa”

Rosário Palma Ramalho nega ter colocado em hipótese a privatização dos jogos Santa Casa. Durante a audição no parlamento, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou que a “privatização dos jogos não está em cima da mesa e nunca esteve”.
A ministra negou ainda que a exoneração tivesse ocorrido de forma rude como disse a ex provedora e confessa ter ficado surpreendida com “a vitimização” da provedora.

[notícia atualizada às 20h58]