A greve da companhia aérea Ryanair deixou 12 aviões em terra, esta sexta-feira de manhã, em Portugal. O resultado, para já, é 24 voos realizados contra 12 que ficaram em terra, mas é preciso esperar pelo fim do dia para fazer as contas aos verdadeiros efeitos da greve desta greve do pessoal de cabine da Ryanair.
Mas vamos aos resultados parciais: dos dez aparelhos que deviam ter descolado, esta manhã, do aeroporto Sá Carneiro apenas seis se fizeram à pista. Para Lisboa, a companhia “low cost” tinha planeado seis voos e só dois cumpriram a missão. E de Faro deveriam ter percorrido a pista oito aviões, mas quatro tiveram falta à hora marcada.
Estes são os números. Quanto às pessoas, enfileiraram-se nos balcões da empresa para saber informações do voo cancelado, perguntar por alternativas ou pedir um reembolso.
João, jovem que ocupa o lugar 22 na fila, não muito longa, queixa-se de ter pago 20 euros por um bilhete para Madrid. Mas o que parecia “low”, rapidamente se transformou num “high cost”. É que ao ser avisado de que o seu voo não se faz decidiu comprar bilhete na Ibéria. Pagou 400 euros. No fundo, o que quer perceber agora é se a Ryanair lhe paga os 380 euros a mais.
É apenas uma das muitas "estórias" que me contaram esta manhã no aeroporto do Porto, tal como a de Noémia que ia para Colónia, na Alemanha, visitar os netos, mas já pode esquecer aquele abraço.
A greve desta sexta-feira não tem um impacto particularmente visível, em comparação com protestos anteriores. Por regra a fila para as informações dá quase uma volta ao andar das partidas. Desta vez, nunca chegou a ter mais 50 pessoas.
De acordo com Tiago Mota, do Sindicato do Pessoal de Voo, isto não significa nada. O que se passa é que as pessoas foram antecipadamente avisadas da greve e a maioria tratou mais cedo das burocracias.
Diz Tiago Mota que, pelo contrário, "não se previa uma adesão tão grande". O pré-aviso de greve dos pilotos da Holanda e da Alemanha ajudaram a compor as estatísticas, na ótica do sindicato: "aumentou substancialmente o efeito desta greve."
Tiago Mota acrescenta ficaram 196 aparelhos em terra, esta sexta-feira manhã, no conjunto dos aeroportos europeus utilizados pela Ryanair.