Os preços dos bens essenciais vão subir de forma "imediata" em janeiro e podem agravar-se devido à instabilidade do mercado, avisa o secretário-geral da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), à Renascença.
Luís Mira aponta que há vários fatores que podem fazer aumentar os preços dos produtos, a começar pelo fim do IVA Zero, a partir de 2024.
Os preços dos 46 produtos do cabaz do IVA Zero "desceram 7%, 8%, em média, durante este período" e "a compensação que existiu aos agricultores por causa dos custos de produção também já terminou".
"Outra razão tem a ver com questões de mercado. O azeite subiu, porque houve um quebra de produção muito grande", refere.
E Luís Mira indica que "há um clima de instabilidade" que pode provocar novos aumentos dos preços. É o caso da crise política que Portugal vive neste momento, que afeta custos e investimentos da produção dos bens essenciais.
"A Agricultura depende muito da aplicação eficiente da Política Agrícola Comum. Se não for aplicada com eficiência, aumenta o custo aos produtores e isso reflete-se nos consumidores", explica.
"Às vezes, há situações que não estamos à espera. Devido às condições climatéricas, conflitos, condições de produção. Tudo pode influenciar o preço", acrescenta.
"Não há razão nenhuma que haverá tal problema. Vai subir os 7%, 8% do IVA Zero. Não há razão para alarme. Agora, que vai subir, vai", conclui.
Um dos produtos que os portugueses podem esperar que não tenha grande aumento nos preços é o leite.
O secretário-geral da Associação dos Produtores de Leite de Portugal diz, à Renascença, que o custo deste produto continuará estável para os consumidores.
Carlos Neves afirma que produzir está cada vez mais caro, mas isso não se vai refletir num custo para o consumidor.
"O que nós, de facto, esperamos é que o preço se mantenha estável para o consumidor. Não haverá grandes oscilações e algum ajuste será sempre pouco significativo", considera.