A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta quinta-feira que foi aberto um inquérito às alegadas burlas de youtubers portugueses, que promoveram cursos sobre criptomoedas, ações, apostas desportivas, entre outros.
Em resposta à Renascença, a PGR afirmou que foi confirmada “a receção de uma participação relacionada com a matéria”, e essa participação “deu origem a um inquérito, o qual é dirigido pelo Departamento de investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.”
O inquérito surge depois de uma petição que pedia uma investigação a estes cursos ter ganho destaque nas redes sociais e na imprensa. Os subscritores do abaixo-assinado – que à data contam-se mais de 12 mil assinaturas – alegam que alguns youtubers portugueses criaram “esquemas ou pseudo-negócios altamente aliciantes”, que permitem um “enriquecimento desonesto destes burlões à custa de perdas enormes por parte das pessoas burladas”.
Não é a primeira vez que os youtubers em Portugal arranjam problemas com a justiça devido a promoção de conteúdos ilegais. Em 2019, uma investigação da Renascença deu conta de que vários youtubers promoviam sites ilegais de apostas online sem licença, enquanto esses sites patrocinavam eles próprios os vídeos.
Em causa estão agora cursos caros, dados por estes youtubers e promovidos de forma aliciante nas redes sociais em vídeos, que podem chegar aos 400 euros. A petição alega que os cursos eram muitas vezes baseados em conteúdo da Wikipédia – um conhecido site com informações gerais sobre vários assuntos, mas cuja informação é gratuita e pode ser alterada por qualquer utilizador. No final, os influenciadores mostram o enriquecimento fácil e rápido.
Alguns youtubers, como Diogo Figueiras (Windoh), um dos maiores youtubers portugueses, desmentem as acusações, classificando-as de “rumores” e “blasfémias”. "Não é correto o que andam a dizer. Deixem-me de associar a esquemas, porque nunca os fiz", disse, antes de prometer que iria reembolsar os que se inscreveram no seu curso.