Israel aceitou esta quarta-feira adiar a ofensiva na Faixa de Gaza para que os Estados Unidos possam instalar defesas antimísseis para proteger as suas tropas, o que deverá acontecer ainda esta semana, disseram autoridades norte-americanas e israelitas ao Wall Street Journal.
"Israel concordou, por enquanto, com um pedido dos EUA para colocar em funcionamento as suas defesas aéreas de forma a proteger as tropas norte-americanas na região antes de uma esperada invasão terrestre de Gaza", avança o jornal, na sua edição online.
Segundo as fontes citadas pelo WSJ, o Pentágono quer implantar quase uma dúzia de sistemas de defesa aérea na região, inclusive para proteger militares norte-americanos destacados no Iraque, Síria, Kuwait, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
As autoridades norte-americanas esperam conseguir instalar essas defesas no terreno até ao final desta semana.
Oficiais norte-americanos consideram extremamente preocupantes as ameaças contra as suas tropas, acreditando que estas serão alvo de vários grupos militantes quando a incursão começar.
Até agora, no Iraque e na Síria, ocorreram pelo menos 13 ataques deste tipo, utilizando 'drones' e mísseis, que resultaram na morte de um empreiteiro norte-americano e na destruição de um 'drone' norte-americano, disseram autoridades dos EUA.
Pelo menos duas dúzias de soldados ficaram feridos na Síria e outros 10 no Iraque, a maioria sem gravidade.
Por outro lado, Telavive está a ter em conta o esforço para fornecer ajuda humanitária aos civis em Gaza, bem como aos esforços diplomáticos para libertar mais reféns detidos pelo Hamas, de acordo com as mesmas fontes.
O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, tenente-general Herzi Halevi, indicou esta terça-feira que a ofensiva terrestre à Faixa de Gaza está a ser adiada por "considerações estratégicas".
Segundo afirmou o dirigente militar em conferência de imprensa, o grupo islamita Hamas "lamentará" ter lançado o ataque surpresa a Israel de 07 de outubro, que se saldou na morte de mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e na captura de 220 reféns, desencadeando o conflito, que cumpre hoje o 19.º dia.
Também prosseguem os bombardeamentos israelitas sobre Gaza, que mataram já mais de 6.500 pessoas, dos quais quase metade crianças, e causaram mais de 17.000 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde local.
De acordo com alguns órgãos de comunicação social, entre as preocupações de uma operação terrestre estão as armadilhas que os combatentes palestinianos poderão deixar, os combates num contexto de guerrilha urbana num lugar que Israel não controla, ou os quilómetros de túneis subterrâneos da Faixa de Gaza cuja existência desconhece, o que poderia causar muitas vítimas mortais do lado israelita.