A violência doméstica em Portugal deve ser combatida com uma “legislação mais restritiva”, apontou o arcebispo de Braga, na celebração da manhã deste domingo para assinalar o dia da Imaculada Conceição, no Santuário do Sameiro.
“Penso no crescente número de casos de violência doméstica que acabam inevitavelmente por ofender a vítima a título individual, mas também a estrutura familiar, num sentido mais amplo. É necessária uma legislação mais restritiva, uma vigilância cuidada dos vizinhos e familiares mais próximos, assim como a intervenção efetiva, quando necessária, das forças de segurança”, notou D. Jorge Ortiga.
No entanto, o prelado reconheceu que a solução “não passa apenas pela legislação e intervenção da polícia”.
“Precisamos de uma atmosfera educativa e cultural que promova a sadia convivência, mesmo em momentos de conflito, e o respeito incondicional pela vida e liberdades individuais. A violência doméstica desaparecerá quando as crianças crescerem em ambientes que respeitem a individualidade. (...) Faltam valores e importa reformular as nossas convivências”, salientou.
Ainda a propósito do dia da Imaculada Conceição, o arcebispo deixou um alerta para o consumismo e apelou à importância do presépio no Natal.
“Teremos de impedir que o presépio desapareça, solicitando às autoridades civis que o coloquem nas praças e artérias, como um dado cultural característico deste período”, declarou.
D. Jorge Ortiga solicitou igualmente a sua colocação na casa dos fiéis e um esforço para o “compreender”, de forma a que se retirem “lições concretas para a vida de discípulos”.