O responsável da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) pela estratégia de vacinação e ameaças à saúde considera existir uma relação direta entre a vacina da AstraZeneca (agora chamada Vaxzevria) e os casos de trombose ocorridos em pessoas vacinadas e que levou vários países a suspender a administração da vacina.
"Na minha opinião, podemos dizer que agora está claro que há uma ligação com a vacina”, afirmou ao jornal italiano “Il Messaggero”.
“Mas ainda não sabemos o que causa essa reação”, acrescentou Marco Cavaleri, segundo o qual, nas próximas horas, a agência irá anunciar a existência dessa relação, ainda que não saiba “como isso acontece”.
Segundo este alto funcionário da EMA, houve um maior número de casos de trombose cerebral (coagulação do sangue no cérebro) entre as pessoas mais jovens vacinadas com aquela vacina do que no resto da população.
Face aos episódios registados, alguns dos quais conduziram à morte, vários países decidiram suspender a administração da vacina da AstraZeneca a pessoas com menos de 55 ou 60 anos.
Foi o caso do Reino Unido, da Holanda, do Canadá, da Alemanha e de Itália, pelo menos.
“Estamos a tentar obter uma imagem precisa do que está a acontecer para definir em detalhe essa síndrome decorrente da vacina”, adiantou Marco Cavaleri. “Há mais casos de trombose cerebral entre os jovens do que poderíamos esperar”, admitiu.
Até agora, a EMA tem mantido a versão de que os benefícios da vacina são superiores aos riscos e, na semana passada, voltou a afirmar que o “vínculo causal com a vacina não está comprovado”.
Na segunda-feira, os especialistas da agência europeia estiveram reunidos para finalizar a sua avaliação dos casos raros de coagulação do sangue registados e a sua possível relação com a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19.
Aguarda-se para breve uma nova versão oficial.
Esta tem sido a vacina enviada para vários países em desenvolvimento. Na segunda-feira, Timor-Leste recebeu com aplausos as primeiras 24 mil doses desta vacina europeia.