Brittney Griner, a basquetebolista norte-americana condenada a uma pena de nove anos de prisão na Rússia por posse de drogas, vai ser deslocada para uma colónia penal.
Esta quarta-feira, os advogados de Brittney Griner revelaram, em comunicado, que a jogadora vai ser transferida para uma colónia penal, embora não saibam qual. Esperam ser notificados por e-mail quando ela chegar ao destino, um processo que pode demorar duas semanas.
A campeã olímpica foi detida, em março, no aeroporto de Moscovo, nas primeiras semanas da invasão russa à Ucrânia e num momento de grande tensão entre o Kremlin e os Estados Unidos.
Em agosto, foi condenada a nove anos de prisão e, no final de outubro, a justiça russa indeferiu um recurso interposto pela basquetebolista.
"À medida que atravessamos esta difícil fase de não saber exatamente onde B.G. está ou como está, pedimos que o público continue a apoiá-la escrevendo cartas e a expressar o seu amor e carinho por ela", apelou a agente de Brittney Griner, Lindsay Kagawa Colas, em comunicado.
Segundo Colas, a equipa de representantes de Griner continua em contacto próximo com o Governo norte-americano e o Richardson Center for Global Engagement, uma organização conhecida por mediar acordos com oficiais estrangeiros para libertar prisioneiros norte-americanos.
Troca de prisioneiros pode ser solução
A administração de Joe Biden tem tentado chegar a acordo para a libertação de Brittney Griner, entre o mediatismo de um caso que se tornou parte do conflito geopolítico entre a Rússia e os EUA. Em cima da mesa poderá estar uma troca de prisioneiros entre os dois países.
Os russos só queriam começar as conversar a sério quando o processo legal da basquetebolista estivesse completo. A transferência para uma colónia penal, que significa a concretização da sentença de prisão, pode ser vista como a luz verde para o início em força das negociações.
A transferência de prisioneiros para colónias penais, após a execução da sentença, é prática habitual na Rússia, já desde a União Soviética. Enquanto são deslocados (uma a duas semanas), estão proibidos de contactar com o mundo exterior. Advogados e familiares só sabem para que colónia penal os prisioneiros foram enviados à posteriori.
As colónias penais, herdeiras dos gulags, campos de concentração da era Soviética, são conhecidas pelo tratamento abusivo de prisioneiros, com instalações sobrelotadas e condições adversas. Segundo Aleksei Navalny, líder da oposição a Putin, que esteve detido num destes campos de trabalho forçado, os prisioneiros são submetidos a cinco sessões diárias de visualização de filmes e programas televisivos de propaganda.