A oposição deixou esta terça-feira, no Parlamento, críticas à proposta de Orçamento do Estado para 2024, que "aumenta as desigualdades e a carga fiscal".
PSD: Um Orçamento que gera desigualdades num país pobre
O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, falou após a intervenção de André Ventura, do Chega, e disse que se vai regressar ao debate.
“Depois do espetáculo de 'stand up comedy', vamos regressar ao debate”, disse o líder parlamentar do PSD, o que mereceu aplausos das várias bancadas.
Miranda Sarmento diz que “este não é um Orçamento de verdadeira consolidação orçamental (…) porque as contas públicas, tem saldo equilibrado, mas apenas de uma forma conjuntural”.
O deputado do PSD diz que Portugal é dos países da coesão que apresenta um menor crescimento.
Miranda Sarmento diz que com o crescimento económico previsto os portugueses estão condenados a ter salários baixos.
O líder parlamentar do PSD volta a enumerar os quatro pecados capitais do Orçamento do Estado, para além do fraco crescimento fiscal, a “voragem fiscal”, o terceiro o baixo investimento público e por último a degradação dos serviços públicos.
Chega: A noite de Halloween é o terror do Orçamento do Estado
André Ventura acusa o Governo de não ter respostas para os mais pobres, e de ficar quieto quando a banca tem lucros de 11 milhões de euros.
O Governo é campeão em tornar Portugal mais pobre, diz André Ventura.
Iniciativa Liberal: Governo tem 4 mãos para tirar rendimentos aos portugueses
Rui Rocha, o presidente da Iniciativa Liberal, acusou o ministro das Finanças de mentir quando disse que o Orçamento do Estado não ia aumentar a carga fiscal no próximo ano, considerando que a proposta do governo para 2024 bate “um novo recorde” de carga fiscal.
O deputado defendeu a descida do IRS para todos, a redução do IVA na habitação e a liberdade de escolha na educação.
Rui Rocha diz que o governo tira com quatro mãos, duas de António Costa e duas de Fernando Medina.
PCP: O orçamento aumenta as desigualdades
Na sessão de encerramento, a líder parlamentar do Partido Comunista acusou o Governo de ignorar o aumento do preço dos alimentos, da prestação da casa. Paula Santos diz que a proposta do governo aprofunda as desigualdades e as injustiças.
O PCP diz ainda que o Orçamento do Estado tirou o discurso dos partidos à sua direita.
“Tirou o discurso aos partidos à sua direita, que revelaram dificuldades acrescidas no debate, recorrendo sistematicamente a elementos de distração para ocultar o seu acordo com o favorecimento dos grupos económicos e das multinacionais”, disse Paula Santos.
BE: PS não tem legitimidade democrática para privatizar a TAP
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, acusou o Governo de arrogância porque ao longo de todo o debate não falou da TAP e só no encerramento é dada a palavra ao ministro João Galamba.
O Bloco de Esquerda diz que o PS não tem legitimidade para aprovar a privatização da TAP. “Só foi o eco da caixa de ressonância de Costa de 2014 e de Pedro Nuno Santos de 2022. Não têm legitimidade para privatizar a TAP” refere o líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
Livre: "Vamos conversar"
O deputado único do Livre, Rui Tavares, que revelou esta manhã a abstenção no Orçamento do Estado, estendeu a mão ao Governo para negociar as suas propostas. Uma das medidas é alargar o passe ferroviário aos comboios interregionais e intercidades.
Rui Tavares diz que “vamos conversar e fazer este orçamento melhor”.
PAN: Esperava mais e não um remake do OE do ano passado
A deputada Inês Sousa Real, do PAN, que vai abster-se na votação, na generalidade do Orçamento do Estado, diz que esperava mais da proposta do Governo, por exemplo que as contas certas fossem feitas com as famílias e as empresas e não com Bruxelas.
A deputada do PAN justificou a abstenção porque quer negociar com o governo medidas que permitam aos sem abrigo ter uma casa.