Ken McCallum, diretor-geral do MI5, e Christopher Wray, diretor do FBI, disseram na terça-feira numa cimeira do Five Eyes, – grupo de cooperação, que reúne a Austrália, o Canadá, os EUA, o Reino Unido e a Nova Zelândia - que a Inteligência Artificial (IA) está a ser usada por grupos terroristas.
Os grupos terroristas utilizam esta ferramenta para pesquisar “como construir uma bomba ou formas de ocultar as pesquisas sobre como as construir”, refere Wray, citado pelo Guardian.
Além disso, na conferência que decorreu na Califórnia, o diretor do FBI alertou para a disseminação de propaganda terrorista, que com a ajuda da IA se traduz para todos os idiomas, sendo assim mais “coerente e credível”,e chegando mais facilmente às pessoas.
Christopher Wray referiu também o perigo dos deep fakes - fotografias, vídeos ou áudios manipulados para fazerem parecer que alguém disse ou fez algo que na realidade não disse nem fez.
Um exemplo disso mesmo foram as imagens falsas que circularam nas redes sociais do ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, a ser preso, foram partilhadas por Eliot Higgins, um jornalista do site Bellingcat.
Os softwares de Inteligência Artificial estão acessíveis a todos, sendo cada vez mais fácil usá-los para difundir desinformação, alertam as secretas dos EUA e Reino Unido.
McCalum alertou também que seria “imprudente” confiar na IA e na sua segurança, esperando que esta se mantenha sempre igual.
Na mesma cimeira, os dois diretores disseram estar atentos e a trabalhar em ferramentas geradas por "inteligência artificial de interferência política de Estados hostis, como a Rússia", indica o Guardian. Isto será ainda mais importante em período de eleições, numa altura em que os EUA se preparam para presidenciais em 2024. No Reino Unido, haverá eleições legislativas, no máximo, até 28 de janeiro de 2025.