Estão definidas as primeiras audições da comissão de inquérito à TAP. Os primeiros a serem ouvidos, na próxima semana, são o CFO da TAP, Gonçalo Pires, e a Inspeção-Geral de Finanças.
Os deputados decidiram marcar seis audições para as próximas três semanas, duas por semana. Depois do CFO da TAP e da Inspeção-Geral de Finanças, os deputados decidiram dar prioridade às audições da ex-gestora Alexandra Reis; à CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener; ao chairman Manuel Beja; e da CMVM.
Os deputados ficaram ainda a saber que há quase 100 documentos que estão classificados.
A comissão de inquérito vai desclassificar alguns para que os deputados tenham acesso mais fácil.
Os restantes vão ter de ser consultados numa sala secreta, porque a Assembleia da República não tem um programa informático credenciado, explicou o deputado Jorge Seguro Sanches, presidente da comissão de inquérito.
Jorge Seguro Sanches deu conta aos deputados da resposta dos serviços da Assembleia, que decidiram então arranjar uma sala secreta com dez computadores.
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, perguntou “se os terminais e a sala vão estar disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana, caso um deputado queira ficar a trabalhar de madrugada e nos fins de semana”.
A comissão vai ainda tentar desclassificar alguns documentos, para que os deputados possam ter acesso facilmente, mas para os restantes é preciso dar condições de trabalho. Hugo Carneiro, do PSD, pede que seja possível tirar cópias dos documentos.
Bruno Dias, do PCP, colocou outra hipótese: “Uma coisa é dizer que este documento de 50 páginas tem lá uma página que não se pode ver e, como tal, vai para a sala das coisas secretas. Outra coisa é: protege-se aquela página e as outras 49 são perfeitamente passíveis de serem consultadas e conhecidas. E depois quem quiser mesmo saber o que está naquela página vai àquela sala”.