Depois do Bloco de Esquerda (BE), também o PCP quer ver o Governo a taxar os lucros extraordinários das petrolíferas.
À boleia dos números divulgados pela Galp, que apontam um lucro de 420 milhões de euros só no primeiro semestre deste ano, os bloquistas veem um "achincalhamento aos sacrifícios dos portugueses" e o PCP vê uma "justa indignação".
Em comunicado, os comunistas dizem mesmo que "mais impressionante seria o número se a Comunicação Social tivesse optado por destacar a quantificação desses lucros de acordo com as regras internacionais de contabilidade". O valor lido assim poderia chegar, segundo o PCP, aos 713 milhões de euros.
Feitas as contas, os comunistas insistem na necessidade de fixar os preços máximos para os combustíveis, na taxação dos lucros extraordinários que as petrolíferas estão a realizar "com a especulação, a guerra e as sanções" ou ainda no fim da dupla tributação do IVA sobre os combustíveis.
E, claro, a sempre desejada "recuperação do controlo público da Galp" que o PCP há muito exige.
Para os deputados comunistas, estas "são medidas de ruptura com a liberalização do setor, e de ruptura com a subserviência nacional face às imposições da União Europeia e do grande capital".
Num recado ao Governo, o comunicado do PCP atira que estes resultados da Galp "mostram que é mesmo preciso romper com a política de direita", colocando a política da maioria absoluta do PS no mesmo saco do PSD, Iniciativa Liberal ou do Chega.
Numa segunda “canelada”, mas à Galp, os comunistas notam como "particularmente significativo" que a empresa "obtenha estes resultados num momento
em que o encerramento da Refinaria de Matosinhos se repercute negativamente nas suas contas", aumentando "a dependência externa de um conjunto de produtos refinados".