Dia 12 de guerra. Rússia e Ucrânia voltam a falhar acordo para cessar-fogo
07-03-2022 - 20:27
 • André Rodrigues

Kiev ainda resiste, apesar de as tropas russas estarem cada vez mais perto. Na Ucrânia ocidental, vive-se uma paz tensa: em Lviv improvisam-se bloqueios à espera de uma investida do exército russo por terra e, nas ruas, polícia e militares andam à caça de infiltrados russos. E, enquanto a guerra não chega, milhares procuram sair da Ucrânia.

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À terceira ronda de negociações, ainda não foi de vez: as delegações da Rússia e da Ucrânia não alcançaram progressos significativos para um cessar-fogo.

Do lado ucraniano, a versão é a de que as conversas que os negociadores russos não "melhoraram a situação", mas terão permitido alguns avanços positivos em relação aos corredores humanitários para proceder à retirada de civis das zonas de conflito.

A capital, Kiev, resiste há 12 dias, mas as tropas russas estão cada vez mais perto e, nesta altura, só mesmo a zona ocidental do país escapa aos bombardeamentos.

No entanto, a população prepara-se para dias piores, seja através da fuga para lugar seguro, seja através do reforço improvisado da segurança, como acontece em Lviv.

Na estação de caminhos de ferro, milhares de pessoas procuram bilhete só de ida, enquanto nas ruas, se multiplicam barreiras de betão, com sacos de areia e pneus para dificultar eventuais investidas russas por via terrestre.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, mais de 1,7 milhões de pessoas foram forçadas a fugir da Ucrânia desde o início da guerra.

De acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Portugal já recebeu 2.674 pedidos de proteção temporária.

Enquanto isso, Volodymyr Zelensky voltou a insistir no pedido de ajuda ao Ocidente, lembrando que a Ucrânia está sozinha a defender o futuro da Europa, a Rússia voltou a avisar que a utilização de aeródromos de países vizinhos para apoiar a força aérea ucraniana pode ser considerada um envolvimento desses países num conflito armado contra a Federação Russa.

Se o Ocidente aumenta a pressão com sanções económicas, Moscovo responde com uma lista de países considerados “hostis”, entre eles Portugal que estão a receber dívidas de empresas russas em rublos, a moeda nacional da Rússia que, no espaço de uma semana, desde o início do conflito desvalorizou 86%.

Neste jogo de parada e resposta, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido acertaram a estratégia para aumentar os custos de guerra para a Rússia, no que antecipa um reforço das sanções a Moscovo.