O Kremlin anunciou esta segunda-feira que o Presidente russo, Vladimir Putin, vai reconhecer a independência das duas províncias separatistas da Ucrânia, controladas por rebeldes pró-Rússia.
Putin disse aos presidentes da França e da Alemanha que tenciona assinar o decreto a reconhecer a independência em relação ao Kiev das regiões de Donetsk e Luhansk, avança o Kremlin, em comunicado.
Num discurso ao país, Vladimir Putin declarou esta segunda-feira que a Ucrânia moderna "foi criada" pela Rússia, questionando a existência daquele país como um Estado autónomo e independente de Moscovo.
O chefe de Estado russo apresentou a sua visão da história, criticando o ex-líder comunista Lenin por ter sido o “autor e arquiteto” da Ucrânia e, ao fazê-lo, “desfavoreceu” a Rússia.
NATO tornou Ucrânia num "teatro de guerra"
Vladimir Putin aproveitou para lançar críticas às autoridades ucranianas e considerou que os acontecimentos de 2014, em que o presidente pró-Rússia foi afastado, foram um “golpe” de Estado.
O líder russo acusa o atual governo da Ucrânia de ser controlado a partir do estrangeiro, sem apresentar qualquer prova.
A aproximação de Kiev à NATO representa uma ameaça para a Rússia, declarou Vladimir Putin neste discurso à nação. A NATO transformou a Ucrânia num "teatro de guerra", argumenta o líder russo.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai reunir o seu gabinete de emergência após a decisão de Moscovo.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considera que a Rússia está em clara violação do Direito internacional, ao reconhecer a independência das regiões separatistas no Leste da Ucrânia.
"Estamos perante uma violação da soberania e integridade da Ucrânia", declarou Boris Johnson.
O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou nas últimas horas que a Rússia enfrenta uma ameaça "grave, muito grande" na Ucrânia, num contexto de tensão crescente com o Ocidente, que acusa Moscovo de se preparar para invadir o país vizinho.
"A utilização da Ucrânia como instrumento de confronto com o nosso país representa uma ameaça grave, muito grande para nós", disse Putin numa reunião extraordinária do conselho de segurança russo, afirmando que a prioridade de Moscovo "não é o confronto, mas a segurança".
O chefe da diplomacia da União Europeia disse esta segunda-feira estar pronta a impor sanções se Moscovo reconhecer a independência das regiões separatistas do leste da Ucrânia e instou o Presidente russo, Vladimir Putin, a não o fazer.
"Partimos do princípio de que o Presidente Putin não o fará, mas, se o fizer, colocarei o pacote de sanções na mesa dos ministros" europeus, advertiu Josep Borrell, no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em Bruxelas.
A Ucrânia pediu hoje uma reunião "imediata" do Conselho de Segurança da ONU, perante a ameaça de uma invasão russa.
"A pedido do Presidente, Volodymyr Zelensky, peço oficialmente consultas imediatas dos membros do Conselho de Segurança da ONU, nos termos do artigo 6 do memorando de Budapeste", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na rede social Twitter.
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