A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) considera que o caso do beijo do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, à internacional Jenni Hermoso não afeta a candidatura conjunta ao Mundial 2030, segundo garantiu fonte da FPF à Lusa.
Depois de ter afirmado à Renascença que a Federação "não comenta assuntos internos de outra federação", a FPF voltou atrás e desvalorizou o impacto da polémica na candidatura conjunta que envolve Portugal, Espanha, Ucrânia e Marrocos: “A candidatura ao Mundial 2030 é um projeto que está acima de quaisquer pessoas ou cargos”.
“Nasceu da vontade de federações, mas hoje é uma candidatura de países empenhados em ser a casa do maior evento desportivo global e nada interferirá com a vontade de organizar o melhor Mundial de sempre”, acrescentou a mesma fonte.
O dirigente, que foi eleito em maio de 2018, vai anunciar a decisão na assembleia-geral extraordinária da RFEF, que está marcada para sexta-feira, na sede do organismo, na Cidade do Futebol de Las Rosas, em Madrid, a partir das 12h00 locais.
A postura inicial da Federação Portuguesa de Futebol foi lamentada por Miguel Poiares Maduro, antigo membro do Comité de Governação da FIFA.
"[A Federação] poderia dizer um pouco mais do que isso, embora compreenda a preocupação por ter essa candidatura conjunta e tem de ter relação com alguém que continua a ser o presidente da Federação espanhola. Poderia aproveitar para exprimir a sua preocupação e anunciar o que é que a FPF tem ou pode vir a criar na direção dos direitos das mulheres", afirmou, à Renascença.
A demissão foi desencadeada pela polémica de domingo, em que Rubiales beijou a futebolista Jenni Hermoso, sem consentimento da mesma, pouco depois de a seleção feminina espanhola ter conquistado o Mundial que decorreu na Austrália e na Nova Zelândia.
Desde o incidente, Rubiales foi alvo de inúmeras críticas dos mais diversos quadrantes, desde o chefe do governo de Espanha, Pedro Sánchez, até várias figuras públicas e políticas, passando pela própria Jenni Hermoso, que, numa primeira fase, desvalorizou a situação, mas na quarta-feira recorreu ao sindicato das futebolistas espanholas (FUTPRO) para pedir sanções para Rubiales.