O Presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) está convencido de que "há muita gente que não vai respeitar o horário" previsto para os eleitores em isolamento irem votar.
Em declarações à Renascença, Jorge Veloso admite por outro lado que haverá também quem se irá dirigir às urnas na hora prevista para os eleitores confinados.
"Eu estou convencido de que há muita gente que não vai respeitar o horário das seis às sete, e poderá ir fazer o seu voto no horário normal, assim como há gente que irá votar das seis às sete e que não está infetada”, adianta o autarca que preside à União das Freguesias de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, em Coimbra.
Jorge Veloso lembra por outro lado que “hoje com a terceira dose há muita gente que não apresenta nenhum sintoma e que poderá estar infetado” e lamenta que não seja possível “criar um corredor diferente para aquelas pessoas que vão votar das seis às sete”, porque, “em primeiro lugar, não sabemos em que mesas vão votar e há secções de votos com 30 mesas, e por outro lado, “a maior parte das freguesias de médias e pequena dimensão faz o ato eleitoral nas escolas primárias, que em alguns casos são centenárias, e onde não há condições para se conseguir fazer uma separação das pessoas".
O Presidente da ANAFRE antecipa um aumento da abstenção nas próximas legislativas, e reconhece ser difícil encontrar melhores soluções, no atual contexto de pandemia. “Quando se condiciona um horário, e ele não é rígido, é apenas um conselho, mas quando se faz isto o que pode acontecer é um maior afastamento das urnas, a nível geral”, sublinha. O autarca não está contra a medida, mas “parece-me que é capaz de contribuir para uma maior abstenção” e refere não ter uma melhor solução.
Durante o processo de preparação do ato eleitoral, a ANAFRE teve duas reuniões com a administração eleitoral, mas em nenhuma delas se abordou a questão do voto das pessoas em isolamento. “Nada foi definido, nem sequer foi ventilada essa questão do voto dos confinados, pois estava tudo muito indeciso e não se sabia se os confinados iam votar em casa como foi nas presidenciais", refere Jorge Veloso.