A Associação 25 de Abril vai estar representada na sessão solene para assinalar o aniversário da "Revolução dos Cravos" no Parlamento, disse à Lusa o seu presidente, o coronel Vasco Lourenço.
"A associação [25 de Abril] vai fazer-se representar por um membro dos órgãos sociais porque concorda com a sessão solene e respeita a decisão da Assembleia da República", disse Vasco Lourenço, em declarações à agência Lusa.
"Se vou eu ou outro, é secundário", acrescentou, remetendo para um comunicado a emitir oportunamente a decisão sobre quem é que irá representar a Associação 25 de Abril na sessão solene.
O "capitão de Abril" revelou ainda ter assinado a petição online que defende a celebração do 25 de Abril no parlamento e que tem como primeiro subscritor o histórico socialista Manuel Alegre, entre outras figuras de esquerda.
A iniciativa conta, às 21h30 deste domingo, com mais de 19 mil assinaturas.
Esta petição surgiu dias depois de ter sido lançada uma outra em sentido contrário, pedindo o cancelamento das comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, e que tinha mais de 89 mil subscritores, à mesma hora.
"Acho uma fantochada cobarde. Estão a esconder-se atrás do facto de serem anti-25 de Abril para criarem esta polémica toda. Não têm coragem de dizer que são contra o 25 de Abril e arrastam muitos democratas e muitas pessoas que são efetivamente pelo 25 de Abril", criticou Vasco Lourenço.
Para o presidente da Associação 25 de Abril, há "uma intenção claramente política" por parte de quem lançou a petição para tentar impedir a sessão solene na Assembleia da República.
"O que eu lamento é que os democratas não vejam bem isso", acrescentou.
Devido às restrições impostas pela pandemia, a Assembleia da República decidiu na quarta-feira realizar a sessão solene do 25 de Abril no Parlamento com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete de Ferro Rodrigues a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.
A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP - que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país - e o Chega foram contra.
Na sexta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmou que irá participar na sessão comemorativa do 25 de Abril no Parlamento, "com um número exíguo de deputados", e do 10 de Junho, numa "cerimónia simbólica" junto ao Mosteiro dos Jerónimos.
Portugal regista 714 mortos associados à covid-19 em 20.206 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 27 mortos (+3,9%) e mais 521 casos de infeção (+2,6%).
Das pessoas infetadas, 1.243 estão hospitalizadas, das quais 224 em unidades de cuidados intensivos, e 610 foram dadas como curadas.