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O empresário Américo Amorim, fundador da Corticeira Amorim e o homem mais rico de Portugal, morreu esta quinta-feira, prestes a completar 83 anos.
Américo Ferreira de Amorim é descrito como um "self-made man" que conseguiu construir um dos maiores impérios industriais do país.
O "rei da cortiça" nasceu em Mozelos, Santa Maria da Feira, em 21 de Julho de 1934.
Segundo os relatos da imprensa, teve uma infância modesta, fez o Curso Comercial no Porto e foi trabalhar nos anos 50 para a empresa de cortiça da família. Depois viajou pelo mundo.
"Estive durante quatro anos e meio fora de Portugal, nos caminhos de ferro, em segunda classe e a dormir em pensões. Andei pela América do Sul, Europa Central e Ásia. Conheci povos, mentalidades, culturas, guetos de poder, sociedades desfavorecidas. Fiquei com a ideia de como era o globo. Foi uma universidade fantástica", afirmou, citado pela revista Visão.
Em 1963 é fundada a Corticeira Amorim, que tem como sócios os quatro irmãos da família e um tio.
Américo Amorim aposta na exportação e na internacionalização da empresa e, quando em Abril de 1974 tem lugar a revolução dos cravos, o empresário é já descrito como um homem rico.
Nessa altura, Amorim aproveita para investir, quando muitos dos mais ricos de então se querem desfazer do seu património. "Enquanto os outros fugiam, eu fiquei e comprei", disse à Visão.
Nas décadas seguintes, Américo Amorim conseguiu diversificar os negócios. Esteve envolvido, em 1981, na criação da Sociedade Portuguesa de Investimentos (SPI), que daria lugar ao BPI, mais tarde virá a participar no BCP, o banco privado fundado em 1985.
Depois da aposta no sector financeiro, o império Amorim assume também posições em sectores como as telecomunicações, turismo e petróleo.
Nos últimos anos, Américo Amorim surgiu quase ininterruptamente na revista Forbes como o homem mais rico de Portugal. Na lista anual de 2016 da revista surgem 1.810 milionários e o empresário português ocupa a posição 369, a mesma do ano anterior, com uma fortuna estimada em 4,1 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros). Atrás dele, mas a larga distância, aparecem dois outros portugueses, Alexandre Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo.
"Não me considero rico. Sou trabalhador", disse em 2011 ao "Jornal de Negócios", questionado sobre se aceitaria um imposto especial para as grandes fortunas.
O funeral de Américo Amorim está marcado para sábado, a partir das 10h30, no Mosteiro de Grijó, no concelho de Vila Nova de Gaia, revelou fonte do Grupo Amorim.
As exéquias serão precedidas, esta sexta-feira, por um velório na capela do mosteiro, no período entre as 13h00 e as 22h00.