"Cambalhota fiscal". PS acusa Montenegro de ser um "catavento político"
15-08-2023 - 12:54
 • João Pedro Quesado

O líder do PSD propôs uma redução das taxas do IRS ainda em 2023. Porfírio Silva critica a mudança das propostas fiscais, e diz que a oposição "não entendeu que há uma transformação estrutural" na economia portuguesa.

O Partido Socialista (PS) acusa esta terça-feira o líder do Partido Social-Democrata (PSD) de se transformar num "catavento político", e chama "cambalhota fiscal" às propostas que Luís Montenegro fez segunda-feira, na Festa do Pontal.

Porfírio Silva afirma ser "surpreendente a dimensão da cambalhota fiscal que Montenegro vem a apresentar em nome deste PSD", que "não entendeu que há uma transformação estrutural na economia portuguesa, mais baseada nas qualificações".

"Parece que levou a linha do PSD para algo de permanente inconstância, aos 'zigs zags', um catavento politico consoante as circunstâncias", disse o deputado do PS numa conferência de imprensa, no Largo do Rato.

Para Porfírio Silva, "é difícil perceber como é que uma oposição que vê tudo mal, que não vê nada de positivo que os portugueses têm feito, pode contribuir para o futuro do país".

Montenegro, diz o PS, "não valoriza que o emprego está em máximos históricos", nem "que o desemprego está em mínimos de 20 anos", nem "que o salário mínimo nacional aumentou 50% no período de António Costa".

Estendendo a cambalhota à estratégia política do PSD, Porfírio Silva assinalou que "na última proposta fiscal que o PSD apresentou disse: 'vamos tratar dos impostos para as empresas em 2023 e 2024 e, mais tarde, vamos pensar numa baixa do IRS para as pessoas'" e que "agora é tudo o contrário".

Esta segunda-feira, o presidente do Partido Social-Democrata propôs que as taxas do IRS sejam reduzidas ainda em 2023 em todos os escalões menos no último, uma medida que seria financiada pelo excedente da receita fiscal.

Na tradicional Festa do Pontal que marca a rentrée política dos sociais-democratas, Luís Montenegro avançou com um "programa global de reforma fiscal" do qual fazem parte "cinco medidas imediatas".

"O PSD não vai pôr em causa o equilíbrio das contas públicas", assegurou o líder do PSD, afirmando que há folga orçamental suficiente para tomar essas medidas, que considerou prioritárias.