A crise económica na Venezuela abalou o país e com o exponecial aumento da inflação, milhares de venezuelanos encontraram na exploração mineira uma fonte alternativa de rendimento.
Cerca de 300 mil mineiros artesanais trabalham diariamente, no sul da Venezuela, em condições difíceis, para conseguirem ter acesso a bens essenciais, como alimentos ou produtos de higiene, adianta a agência Reuters.
O ouro é vendido ao Estado venezuelano e pago na moeda nacional, o bolívar, profundamente desvalorizado. O minério é depois transportado para os cofres do Banco Central, na capital Caracas, e utilizado como moeda de troca para pagar a importação de bens. Nos últimos três anos, o Governo da Venezuela adquiriu cerca de 17 toneladas de ouro, no valor aproximado de 573 milhões de euros.
Maduro consegue, assim, transformar uma moeda que perdeu o valor em ouro, muito valorizado, e contornar as sanções e o bloqueio comercial que pretendem forçar a antecipação de eleições livres no país.
Estes “caçadores de fortunas”, que operam em minas improvidas no centro de ecossistemas florestais frágeis, contam ainda que são muitas vezes alvo de extorsão por parte das próprias forças militares estatais.
Recentemente, John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca apelou a todos os empresários que não aceitem negociar com a Venezuela “em ouro, petróleo ou outros recursos naturais”.
A Turquia é, segundo a agência Reuters, “o principal comprador”, fornecendo a Caracas bens essenciais em troca do metal precioso.
Uma investigação da agência norte-americana Bloomberg revelou ainda que uma empresa turca mistério importou,em apenas um ano, 900 milhões de dólares em ouro da Venezuela.