Mais de 700 mil famílias deixaram de pagar os créditos bancários, em 2020. São clientes que não conseguiram regularizar os processos e que se viram obrigados a um acordo extrajudicial com os bancos, grande parte devido à crise gerada pela pandemia.
No total, segundo o Jornal de Notícias, que cita o Relatório de Supervisão Comportamental, do Banco de Portugal, são 707 mil os novos processos abertos pelos bancos, num total de 2. 990 milhões de euros.
Segundo o relatório, no último ano, foram iniciados 652 565 processos PERSI (procedimento extrajudicial de regularização de situações de incumprimento) no âmbito do crédito aos consumidores. O que representa um aumento de 5,6% face a 2019.
Também as reclamações de clientes bancários aumentaram 8,6% face ao ano anterior, registando-se um grande número de queixas “sobre matérias Covid-19”, nomeadamente as moratórias no crédito (1. 895 no total).
O supervisor “na sequência da sua atuação fiscalizadora (sobre moratórias), emitiu 284 determinações específicas a 100 instituições e instaurou dez processos de contraordenação a sete instituições”.
Em 2020, levantar dinheiro ao balcão de um banco em Portugal ficou, em média, 19,19% mais caro, registando-se também um agravamento das comissões da maioria dos serviços bancários mais comuns associados a contas de pagamentos.