Trabalhadores do Continente vão ter aumentos médios a partir de 4,8% no próximo ano
15-10-2022 - 08:15
 • João Carlos Malta

MC, proprietária das grandes superfícies de distribuição, confirma aumentos médios em linha com o que a associação do setor acordou com os sindicatos.

A MC, dona dos supermercados Continente e Bom Dia, vai efetivar aumentos salariais médios a partir de 4,8% em 2023. Essas atualizações de vencimento terão ainda retroativos a março de 2022.

Depois do primeiro-ministro, António Costa, no Acordo de Rendimentos e Competitividade, ter assinado um acordo na Concertação Social que prevê uma valorização salarial anual de 5,1% em 2023, de 4,8% em 2024, de 4,7% em 2025 e de 4,6% em 2026, as empresas começam agora a ajustar e prespetivar o que vão fazer nesta matéria já em janeiro do próximo ano.

Refira-se que os valores inscritos nesse acordo não têm um caráter vinculativo para as empresas que podem definir se vão ou não subir as remunerações dos funcionários.

Em resposta às questões da Renascença a detentora do Continente respondeu que a “Sone MC irá garantir em 2023 o alinhamento com a dinâmica e a evolução do mercado de trabalho, no sentido de assegurar a competitividade das suas práticas salariais. Vamos avançar com a atualização da nossa política retributiva, nomeadamente no que respeita à prática que temos em vigor nas nossas operações de loja e logística”.

Em seguida, acrescentou irá seguir o espírito e os princípios de competitividade introduzidos no âmbito do novo Contrato Coletivo de Trabalho assinado entre a APED (associação patronal do setor da distribuição) e o Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (SITESE), no final deste ano.

Nesse documento, ficou definido “um aumento médio da tabela salarial de 4,8%, este último com retroativos a março de 2022”.

A isto acresce ainda que o contrato coletivo de trabalho para quem opera no setor retalho “contempla um vencimento de entrada superior ao Salário Mínimo Nacional” e ainda o compromisso do setor para que, em 2023 e 2024, o salário de entrada seja, no mínimo, cinco euros acima do salário mínimo que for estabelecido pelo Governo.

Contém também uma subida do subsídio de alimentação para 6 euros, o que compara com os 5,20 euros da Função Pública inscritos no Orçamento do Estado para 2023.

[ndr. o título inicial do artigo "Trabalhadores do Continente vão ter aumentos de 4,8% no próximo ano" foi alterado para os "Trabalhadores do Continente vão ter aumentos médios a partir de 4,8% no próximo ano" após a MC detentora do Continente esclarecer que os aumentos propostos pela APED, e que em resposta escrita à Renascença disse que iria seguir, serão referência da subida dos vencimentos, mas poderão ter valores médios superiores]