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Dado como dominado algumas vezes, o incêndio que consome hectares atrás de hectares em Mação tem tido “comportamentos absolutamente extremos”, afirma Patrícia Gaspar, adjunta de operações da Protecção Civil.
"Há dois dias, percorreu 10 quilómetros em duas horas. Isto não são circunstâncias normais. As próprias reactivações, quando surgem, surgem com uma enorme violência”, descreveu este sábado, no “briefing” diário aos jornalistas.
Patrícia Gaspar explicou que existe “uma grande dificuldade em acompanhar o desenvolvimento deste incêndio”, que arde “em zonas muito povoadas, com pequenas povoações dispersas, com aldeias e aglomerados populacionais” – circunstâncias que levantam “um permanente desafio e equilíbrio para os corpos de bombeiros, para as forças que estão no terreno, as Forças Armadas, as forças da GNR, os próprios sapadores florestais”.
“É o permanente acompanhar do evoluir do incêndio, combatê-lo e proteger as pessoas”, resumiu, para concluir que o incêndio no concelho de Mação “tem sido, de facto, o grande desafio dos últimos dias”.
Foi este incêndio que se estendeu ao concelho vizinho de Gavião, onde as chamas chegaram a ser dadas como extintas, mas que sofreu novo reacendimento, sendo esta manhã outro motivo de preocupação para os operacionais no terreno.
Patrícia Gaspar diz que “há um grande perímetro já consolidado”, mas ressalva que é nessas zonas que normalmente “há reactivações”.
“O vento e as temperaturas altas da parte da tarde têm favorecido as reactivações, que muitas vezes se transformam em novas frentes de incêndio”, afirma.
“A janela de oportunidade tem sido curta, ou seja, era preciso mais tempo para se conseguir consolidar este perímetro antes de voltarmos a ter um cenário meteorológico que propicie estas reactivações. À noite, a humidade relativa não tem recuperado assim tanto e de manhã começa-se logo a sentir o aumento das temperaturas”, justifica.
No terreno, no combate aos dois incêndios, está um total de 1.190 operacionais, apoiados por 366 veículos e oito meios aéreos.