Os professores estão preocupados e alertam para o incumprimento das regras de segurança por parte dos alunos dentro dos estabelecimentos de ensino.
De acordo com João Dias da Silva, da Federação Nacional da Educação (FNE), “50% dos professores do ensino secundário e 30% do ensino superior referem que não há cumprimento daquilo que são as regras básica de segurança. Desde logo, o distanciamento físico e também dentro dos espaços escolares a partilha de material e até de alimentos e de bebidas”.
Mais de metade dos docentes que participaram no inquérito promovido pela FNE, considera que o principal problema no regresso às escolas é o elevado volume de trabalho, sendo a saúde mental o segundo problema dos docentes.
“Cinquenta e cinco por cento referem o excesso de trabalho, logo a seguir aos 58,7% que apontam para a saúde mental e o bem-estar como preocupação dominante das pessoas, agora no regresso”, indica João Dias da Silva.
Segundo este responsável, as razões invocadas para esta preocupação prendem-se com a necessidade que os professores sentem de ter mais tempo para preparar as atividades letivas.
“Agora há mais pressão para a preparação das atividades e, ao mesmo tempo que há essa pressão, os professores são bombardeados com emails e questões burocráticas. E aquilo que é essencial é que os professores se possam centrar naquilo que é o essencial, que são as aprendizagens dos alunos”, explica.
No ensino superior também há queixas e estas incidem na falta de vacinação, com os professores a queixarem-se de continuarem fora das prioridades.
“A queixa maior é pelo facto de não terem sido vacinados. Esta consulta dá sinal da critica muito forte dos professores e não docentes do ensino superior do facto de não terem sido integrados numa prioridade de vacinação e neste momento, com o regresso à atividade letiva presencial, ainda não terem sido uma prioridade especifica”, conclui João Dias da Silva.
Os estabelecimentos de ensino dos 2.º e 3.º ciclos reabriram em 5 de abril, depois de mais de dois meses encerrados, devido ao agravamento da pandemia da Covid-19 em Portugal, no início do ano. No dia 19 de abril juntaram-se também as escolas secundárias e o ensino superior.