O presidente do Chega, André Ventura, criticou esta terça-feira os projetos de revisão constitucional do PS e do PSD, dizendo que os dois partidos só decidiram “entrar em campo por taticismo político”.
Ventura diz que o Partido Socialista no início não queria a revisão, mas veio a jogo apenas para desviar atenções das polémicas que têm abalado o governo.
“O PS, porque foi a melhor forma de desviar a atenção dos casos e escândalos de corrupção e incompatibilidades que estão a afetar o Governo”, acusou André Ventura.
Numa reunião dos deputados, alargada a alguns militantes do partido, que se realizou na Assembleia da República, André Ventura criticou ainda o PSD que só apresentou projeto próprio “para tentar liderar a direita”.
“O PSD só veio para este debate para tentar liderar o bloco à direita, porque percebeu que ia ficar entalado entre o PS e o CHEGA”, referiu Ventura, que considera que as propostas social-democratas não mudam “quase nada na lei fundamental”, concluindo que o projeto é populista e de pura “maquilhagem política”.
André Ventura critica ainda, no projeto social-democrata, a redução do número de deputados e o mandato único de sete anos do Presidente da República.
"Esta é que ninguém se lembraria, não lembra ao careca, mas Luís Montenegro lembrou-se desta (...) Significaria que o Presidente, após eleito, passava a ser completamente irresponsável porque não se ia submeter novamente a sufrágio", referiu André Ventura.
Aos deputados, o líder do Chega avisou que o partido “não é responsável pelas alterações que o PS e PSD venham a fazer”, e que não aceita “restrições no confinamento por questões de saúde pública sem uma decisão judicial”.