A FIFA só pode "desaprovar uma liga europeia fechada e dissidente, fora das estruturas do futebol", assume o organismo, após o anúncio do lançamento de uma Superliga por 12 dos principais clubes europeus.
"A FIFA quer tornar claro que se posiciona fortemente a favor da solidariedade no futebol e de um modelo de redistribuição equitativo. A FIFA posiciona-se sempre a favor da unidade no futebol mundial e apela a todas as partes envolvidas para que tenham um diálogo calmo, construtivo e equilibrado, para bem do jogo", indica o organismo, em comunicado.A criação de uma Superliga Europeia de futebol foi anunciada no domingo por 12 dos principais clubes de Espanha, Inglaterra e Itália, que pretendem desenvolver uma competição de elite, concorrente da Liga dos Campeões, em oposição à UEFA.
“Doze dos clubes europeus mais importantes anunciam a conclusão de um acordo para a criação de uma nova competição, a Superliga, que será regida pelos seus fundadores”, informam os promotores da iniciativa, em comunicado.
AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham, treinado pelo português José Mourinho, “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica o comunicado.
“A época inaugural (...) iniciar-se-á o mais brevemente possível”, informam os subscritores do comunicado, sem precisar qualquer data, adiantando que a nova competição pretende “gerar recursos suplementares para toda a pirâmide do futebol”.
A nova Liga dos Campeões e o convite ao FC Porto
Não há clubes portugueses na Superliga europeia, mas o jornalista italiano Fabrizio Romano, que tem avançado com várias notícias sobre a criação da Superliga, garante que o FC Porto irá receber convite. Além dos campeões nacionais, Bayern Munique e Leipzig também serão convidados.
O comunicado dos 12 clubes surge no mesmo dia em que a UEFA reafirmou que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.
Na luta contra a pretensão de alguns dos mais poderosos clubes da Europa, a UEFA disse contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
“Tal como já foi anunciado pela UEFA e por aqueles seis organismos, informamos que os clubes envolvidos serão impedidos de disputar qualquer outra competição, a nível nacional, europeu e mundial e os seus jogadores não poderão representar as respetivas seleções nacionais”, informou a UEFA, em comunicado.
A UEFA deve anunciar na segunda-feira o novo formato das competições europeias a partir da época 2024, sendo esperado uma alteração no modelo da Liga dos Campeões e um aumento para 36 equipas.
Formato da Superliga Europeia:
- Participação de 20 clubes, os 15 Clubes Fundadores e outras cinco equipas adicionais que se classificarão anualmente à base do rendimento na temporada anterior;
- Jogos a meio da semana. Todos os clubes continuarão a competir nas respetivas ligas nacionais, "preservando assim o calendário tradicional que está no centro da vida dos clubes";
- Arranque em agosto, com os clubes a participarem em dois grupos de dez, a duas voltas:
- Os três primeiros classificados de cada grupo qualificam-se automaticamente para os quartos de final;
- Os quartos e quintos classificados disputarão um "play-off" a duas mãos de apuramento para os "quartos".
- Formato de eliminatórias a duas mãos até à final, que se realizará no final de maio, a um só jogo, em campo neutro.