Os três suspeitos da morte de uma criança de três anos, em Setúbal, começam a ser ouvidos em tribunal esta sexta-feira ao final da tarde.
A PJ identificou os suspeitos como sendo uma mulher (52 anos) a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o marido (57 anos) e a filha desta suspeita (com 27 anos). São suspeitos dos crimes de rapto, extorsão, ofensas à integridade física e homicídio qualificado.
O funeral da criança realizou-se, durante a manhã, com muita gente e alguns desacatos entre populares que dirigiram vários insultos à mãe da menor. A PSP teve que montar um dispositivo policial.
A morte da menina ocorreu na segunda-feira, depois de a mãe ter ido buscá-la a casa da suspeita, identificada pela progenitora às autoridades como ama da criança.
De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.
A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.
Segundo João Bugia, a mãe da menina foi "ardilosamente enganada" e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita. "A mulher agora detida convenceu a mãe a levar a criança a sua casa com o pretexto de que a menina poderia ficar a brincar com a neta, da mesma idade, enquanto conversavam sobre a dívida", referiu.
Nos cinco dias em que a criança permaneceu na casa dos detidos, terá sofrido maus-tratos severos.
O Ministério Público confirmou ter instaurado um processo judicial de promoção e proteção a favor da criança, o qual correu termos no 3º Juízo do Tribunal de Família e Menores da comarca de Setúbal, relativo à menina de três anos morta naquela cidade.