Há comboios que só passam uma vez, mas o do Benfica está a passar novamente na estação de Bruno Lage e o antigo jogador João Alves aconselha o novo treinador encarnado a agarrar-se com todas as forças.
Confirmado o regresso de Lage à Luz, quatro anos após ter saído, João Alves considera que Rui Costa escolheu "a solução mais pacífica de todas", embora tenha visto algo que não lhe agradou na apresentação.
"Não gostei muito de ver o Bruno Lage a cumprimentar os jornalistas todos. Tem de entrar com convicção. É evidente que não deixa de ter uma grande carga emocional, porque ele saiu do Benfica há poucos anos. Há situações em que o comboio só passa uma vez. Neste caso, está a passar duas vezes. Nesta segunda chance, ele tem mesmo de apanhar o comboio, porque é muito importante para a sua carreira", assevera o antigo médio benfiquista, em declarações a Bola Branca.
Um comboio que, no entender de João Alves, parou na estação certa, apesar de alguma contestação à escolha do presidente do Benfica:
"Não há nenhum treinador que seja consensual. Penso que Rui Costa avançou para a situação que me parece ser a mais pacífica de todas. Bruno Lage é do Benfica, esteve na formação do Benfica, é um treinador português, que eu penso que é importante, conhece bem o futebol português. Há aqui uma série de coisas que jogam a favor."
Benfiquistas devem unir-se
A saída de Roger Schmidt, "um treinador muito teimoso, muito fiel às suas ideias", "perspetivava-se", admite João Alves, que agora espera que os adeptos e os jogadores se unam em torno de Bruno Lage.
"O Benfica não é um clube fácil, toda a gente tem a sua opinião. Mas penso que os adeptos vão querer colaborar e ajudar. Se querem que o Benfica vá para a frente, todos têm de dar as mãos. E os jogadores também, muitos deles têm tido até agora um rendimento muito baixo e têm de melhorar as suas performances", admite à Renascença.
Bruno Lage foi apresentado como treinador do Benfica na quinta-feira, com contrato válido para as próximas duas temporadas.