Covid-19: Marcelo pede "contrato de confiança" para evitar nova vaga após o Natal
17-12-2020 - 17:03
 • Renascença

Presidente da República anuncia que assinou o decreto de renovação do estado de emergência até 7 de janeiro e deixa um repto à "maturidade cívica" dos portugueses durante as festas de Natal e Ano Novo. Caso contrário, haverá "mais casos, mais insuportável pressão nos internados e nos cuidados intensivos e mais mortos", alerta Marcelo Rebelo de Sousa.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pede "contrato de confiança" para evitar nova vaga de Covid-19 após o Natal. O apelo foi deixado numa mensagem publicada esta quinta-feira no site da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa anuncia que assinou o decreto de renovação do estado de emergência até 7 de janeiro e deixa um repto à "maturidade cívica" dos portugueses durante as festas de Natal e Ano Novo.

"Ao renovar, até 7 de janeiro de 2021, o estado de emergência, quero recordar o contrato de confiança que essa renovação pressupõe entre todos os Portugueses, ou seja, entre todos nós. Ou celebramos o Natal com bom senso, maturidade cívica e justa contenção, ou janeiro conhecerá, inevitavelmente, o agravamento da pandemia, de efeitos imprevisíveis no tempo e na dureza dos sacrifícios e restrições a impor, adverte o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que "só o cumprimento desse contrato de confiança poderá evitar o que nenhum de nós deseja: mais casos, mais insuportável pressão nos internados e nos cuidados intensivos e mais mortos".

Nesta mensagem aos portugueses, o chefe de Estado diz que "não haja ilusões" com as notícias do início da vacinação contra a Covid-19, entre 27 de 29 de dezembro.

"Não haverá senão um número muito pequeno de vacinados em janeiro – os que tiverem recebido a segunda dose a partir de 27 de janeiro –, e, muito menos haverá, nem em janeiro, nem nos meses imediatos, os milhões de vacinados necessários para assegurar uma ampla imunização que trave a pandemia", sublinha.

Mais à frente, Marcelo Rebelo de Sousa reforça a importância do "contrato de confiança", não com o Estado, o Presidente, o Governo ou o Parlamento, mas entre todos os portugueses, "que sofrerão na vida, na saúde, no desemprego, nos rendimentos, por causa do que tivermos feito ou deixado de fazer neste Natal".


O Presidente recorda que a época de Natal "é tudo menos tempo de egoísmo. É tempo de dádiva, de partilha, de solidariedade".

"Que a dádiva, a partilha, a solidariedade neste Natal de 2020 se traduza, no que dependa de nós, em poupar da pandemia os nossos familiares, vizinhos, amigos, que o mesmo é dizer, o nosso Portugal", conclui.

A renovação do estado de emergência até 7 de janeiro, por causa da pandemia de Covid-19, foi aprovada esta quinta-feira na Assembleia da República.

A medida passou no Parlamento com os votos favoráveis do PS, PSD e da deputada não inscrita Cristina Rodrigues. CDS, Bloco de Esquerda e PAN abstiveram-se, enquanto PCP, Verdes, Chega, Iniciativa Liberal e deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

Este é o sétimo estado de emergência desde o início da pandemia.

Entra em vigor às 00h00 de dia 24 de dezembro e vai estar em vigor durante um período de duas semanas.

O crime de desobediência está previsto nesta renovação da medida de exceção para tentar travar a pandemia de Covid-19.

Portugal regista esta quinta-feira uma redução do número de internados, mas há mais 87 mortes e 4.320 casos de Covid-19, avança o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Desde a chegada da pandemia, no início de março, estão confirmados 5.902 óbitos e mais de 362 mil casos do novo coronavírus.

A vacinação contra a Covid-19 em Portugal começa entre 27 e 29 de dezembro, anunciou esta quinta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa após uma reunião com responsáveis do planeamento da vacinação.

Os profissionais de saúde serão os primeiros a receber a nova vacina para o coronavírus nos dias iniciais do processo. Depois, será a vez dos outros grupos de risco prioritários, como os residentes em lares de idosos.

A reunião de trabalho desta quinta-feira, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, não contou com a presença física do primeiro-ministro. António Costa participou por videoconferência, porque está em isolamento profilático.

António Costa esteve reunido na quarta-feira com o Presidente francês, Emmanuel Macron, que está infetado com Covid-19. O primeiro-ministro português já realizou o teste e diz que não apresenta sintomas da doença.