Os autarcas de Caldas da Rainha, Óbidos e Rio Maior apresentaram, esta segunda-feira, aquela que entendem ser a melhor localização para o novo Hospital do Oeste.
Numa conferência de imprensa conjunta, os autarcas aludiram à necessidade de o Governo “ter em conta critérios mais alargados” do que os que foram analisados pela Universidade Nova de Lisboa no estudo sobre a localização do futuro hospital.
Encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste, o estudo indica que o Bombarral, no sul do distrito de Leiria, é a localização ideal para o hospitalar que deverá servir todos os concelhos do Oeste.
Considerando que existem hospitais em Leiria, Santarém, Loures, Vila Franca de Xira e Lisboa, os autarcas alertam que a área que, neste momento, está desprotegida é o Oeste norte.
Por outro lado, há que considerar “os eventos que têm um peso significativo, principalmente em Óbidos”, e que fazem aumentar exponencialmente o número de visitantes, lembrou Vítor Marques.
O presidente da Câmara das Caldas da Rainha apontou ainda o elevado número de pessoas com segundas residências nestes concelhos e o facto de “75% das dormidas do Oeste acontecerem no norte da região”. Por isso, considera que “nós temos uma necessidade substantiva maior (do que o sul da região) e precisamos de dar resposta a essas necessidades”.
Caldas-Óbidos é a melhor localização, dizem autarcas
Sendo assim, defendem a construção do novo hospital do Oeste num terreno com 60 hectares, localizado na confluência de Óbidos e Caldas da Rainha.
O terreno em causa tem uma área total de 196 mil metros quadrados e uma área bruta de construção de 75 mil metros quadrados, e está perto das autoestradas 8 (que liga a Lisboa) e 15 (que liga a Santarém), ao itinerário principal 6 (que liga a Peniche) e à linha do Oeste.
A infraestrutura, que terá 1.700 lugares de estacionamento, permitirá servir perto de 360 mil pessoas dos concelhos de Torres Vedras, Alcobaça, Caldas da Rainha, Alenquer, Peniche, Lourinhã, Rio Maior, Nazaré, Bombarral, Cadaval e Óbidos.
Na proposta das autarquias, o novo hospital poderá incluir 600 camas de internamento, seis salas de maternidade e seis blocos operatórios, bem como 69 postos de tratamento no hospital de dia, entre outros serviços e especialidades.
Os autarcas lamentaram ainda a falta de resposta do ministro da saúde às cartas e convites que lhe endereçaram para que fosse à região e analisasse a proposta.
A mês e meio de Manuel Pizarro anunciar a decisão final, o município de Rio Maior juntou-se ao coro de protestos.
Rio Maior junta-se aos protestos
Na conferência de imprensa, Filipe Santana Dias alegou que "deslocalizar para fora do concelho das Caldas da Rainha esta unidade hospitalar" deixará cerca de 12 mil pessoas do seu concelho com "menos disponibilidade de serviços e menos qualidade de serviço, a partir do momento em que a distância ao hospital se torna maior".
Segundo o autarca, apesar de Rio Maior ter como referência o Hospital de Santarém, "grande parte da população continua a ser servida nas Caldas da Rainha, nomeadamente nos serviços de obstetrícia".
Filipe Santana Dias lamentou ainda que a escolha seja feita "meramente a regra e esquadro", e desafiou o ministro da Saúde a ir ao terreno para "perceber realmente o que é a influência do Centro Hospitalar do Oeste no concelho de Rio Maior", salientando que "não é no conforto do gabinete que se conhece o país real".
Os três autarcas garantiram que vão continuar a contestar a localização indicada no estudo, mas assumiram que, se essa for a escolhida pelo governo aceitá-la-ão.
De referir ainda que a construção do novo hospital nesta localização está também a ser defendida numa petição pública subscrita por vários partidos políticos e já com mais de cinco mil assinaturas.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.