A direção nacional do Chega oficializou esta segunda-feira o nome de Miguel Castro como candidato do partido às eleições regionais na Madeira.
Trata-se do líder do partido na região autónoma. A decisão surge após uma reunião extraordinária em que o Chega define como objetivo "destronar a maioria absoluta" do PSD.
Em nota divulgada esta segund-feira aos jornalistas, é ainda definido como prioridade "obrigar a uma reforma das instituições na Região", sem explicar exatamente quais, e "obrigar a um Governo regional assente nas regras da transparência", sem também especificar exatamente em quê.
Os outros objetivos definidos para a campanha eleitoral do outono são o combate à pobreza, à designada subsidiodependência que o Chega refere existir na região e a promoção de desenvolvimento sustentável.
É ainda anunciado que André Ventura irá ao arquipélago da Madeira nos próximos dias para formalmente apresentar Miguel Castro como candidato às regionais.
Em nenhum momento a nota divulgada pelo partido esta segunda-feira refere uma eventual abertura do Chega para um entendimento pós-eleitoral com o PSD no caso de o partido liderado por Miguel Albuquerque não obter a maioria absoluta dos votos nestas regionais.
Nas eleições de 2019, o PSD perdeu a maioria absoluta, tendo sido obrigado a uma coligação pós-eleitoral com o CDS, ficando o partido liderado na região por Rui Barreto com a pasta da economia no Governo regional e com a presidência da Assembleia Legislativa, a cargo de José Manuel Rodrigues.
É de salientar que ainda recentemente, em declarações à Renascença, Miguel Albuquerque, presidente do Governo regional da Madeira, dizia-se convicto sobre a vitória da coligação PSD/CDS nas eleições do outono.
O líder regional afasta mesmo o cenário de ser obrigado a um entendimento com o Chega ou com a Iniciativa Liberal para formar maioria no Parlamento regional que dê suporte ao Governo madeirense.
Também recentemente o CDS ratificou no Conselho Nacional a coligação pré-eleitoral com o PSD para as regionais do outono, com o líder centrista da Madeira a afastar um entendimento entre o Chega e a Iniciativa Liberal.
Em declarações à Renascença, Rui Barreto acena com o fantasma da instabilidade no executivo dos Açores e pede que se evite que o cenário se repita na Madeira. No Governo de José Manuel Bolieiro "foi necessário formar um Governo onde também está o CDS e o PPM, mas que teve depois de submeter-se ao apoio parlamentar de dois outros partidos".
Ora, nos Açores o Chega e a Iniciativa Liberal (IL), salienta Barreto, "já vieram a público desapoiar esse Governo criando instabilidade, são dois partidos que não estão muito vocacionados para o exercício exigente de estar num Governo".
Se Albuquerque fala sem pejos na possibilidade de obter a maioria absoluta, Barreto é mais cauteloso e fala da necessidade de uma "maioria estável", que o Chega diz agora que quer "destronar".