O presidente da Confederação Episcopal Portuguesa (CEP) disse esta quinta-feira que "não teme nem deixa de temer" um impacto da divulgação do relatório sobre abusos sexuais por membro da Igreja na realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa.
"Preocupa-me é que as coisas sejam tratadas como devem ser tratadas e que se, realmente, nos empenhemos em erradicar este problema, não só na Igreja, mas no mundo", disse, ouvido pela Renascença.
D. José Ornelas falava à margem da sessão de apresentação das estatísticas relativas ao ano passado, que fica marcado pelo início do regresso à normalidade.
O também bispo da diocese de Leiria-Fátima disse que o próprio santuário de Fátima, que vai acolher o Papa Francisco durante a JMJ, tem a missão de cuidar bem das crianças e dos mais vulneráveis, até porque foi a três crianças que Nossa Senhora apareceu.
E defende um trabalho na "prevenção e preparação" das crianças, para que saibam como se defender.
"O Santuário tem o seu protocolo, como todas as instituições que tratam com crianças. Também vamos seguir as indicações e propostas deste estudo, para ver como podemos melhorar o mais possível", garantiu, ainda.
Se foi vítima de abuso ou conhece quem possa ter sido, não está sozinho e há vários organismos de apoio às vítimas a que pode recorrer:
- Serviço de Escuta dos Jesuítas, um “espaço seguro destinado a acolher, escutar e apoiar pessoas que possam ter sido vítimas de abusos sexuais nas instituições da Companhia de Jesus.
Telefone: 217 543 085 (2ª a 6ª, das 9h30 às 18h) | E-mail: escutar@jesuitas.pt | Morada: Estrada da Torre, 26, 1750-296 Lisboa
- Rede Care, projeto da APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que “apoia crianças e jovens vítimas de violência sexual de forma especializada, bem como as suas famílias e amigos/as”.
Com presença em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Setúbal, Santarém, Algarve, Alentejo, Madeira e Açores.
Telefone: 22 550 29 57 | Linha gratuita de Apoio à Vítima: 116 006 | E-mail: care@apav.pt
- Comissões Diocesanas para a Protecção de Menores. São 21 e foram criadas pela Conferência Episcopal Portuguesa.
São constituídas por especialistas de várias áreas, recolhem denúncias e dão “orientações no campo da prevenção de abusos”.
Podem ser contactadas por telefone, correio ou email.
Para apoiar organizações católicas que trabalham com crianças:
- Projeto Cuidar, do CEPCEP, Centro de Estudos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica
Se pretende partilhar o seu caso com a Renascença, pode contactar-nos de forma sigilosa, através do email: partilha@rr.pt