Governo afasta cenário de alívio de medidas. "Não devemos falar de expectativas de desconfinamento"
02-03-2021 - 08:43
 • Miguel Coelho , Cristina Nascimento

Ministro da Administração Interna faz, na Renascença, o balanço de um ano de pandemia em Portugal. "Foi um ano terrível para todos nós" em que "nunca como antes percebemos como o SNS é essencial".

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O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considera que ainda não é tempo de aliviar medidas.

"Não devemos falar de expectativas de desconfinamento", diz em entrevista à Renascença, argumentando que os números da pandemia não garantem que o problema chegou ao fim.

"Temos de consolidar resultados", sublinha o ministro, de forma a termos um verão "com menos preocupações".

Questionado sobre se as constantes notícias sobre violação de regras do confinamento não são um sinal de exaustão dos portugueses, Eduardo Cabrita discorda: "Não tenho essa noção, existe um generalizado cumprimento", considerando que as ilegalidades cometidas são "números irrisórios", quando comparados com o que acontece nos outros países europeus.

"As instituições democráticas [revelaram] capacidade de resistência. Vivemos um ano de estado de emergência com proporcionalidade no cerceamento das liberdades", anota o responsável.

Eduardo Cabrita destaca, por outro lado, que “num ano terrível para todos nós”, que ninguém previa, “nunca como antes percebemos como o Serviço Nacional de Saúde é essencial”.

Sobre as eleições autárquicas previstas para outubro deste ano, o ministro da Administração Interna voltou a frisar que “é essencial não suspender a democracia”, admitindo que o processo eleitoral pode sofrer algumas alterações para evitar a propagação da Covid-19.

Sobre uma eventual alteração da data do ato eleitoral, Cabrita lembrou que “essa é uma questão da responsabilidade do Parlamento”.