Um ex-ajudante de Jair Bolsonaro, que está preso preventivamente há três meses em Brasília, decidiu confessar-se como culpado e apontar o ex-presidente brasileiro como autor do plano para vender jóias da presidência do Brasil nos Estados Unidos.
Mauro Cid, que serviu Bolsonaro durante quatro anos enquanto este era chefe de Estado, foi preso em maio deste ano após buscas da Polícia Federal brasileira numa das residências do ex-presidente.
Em causa estava a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, para si, a sua família e para o próprio Bolsonaro, de maneira a contornar as regras da pandemia no Brasil e também para entrarem nos EUA sem cumprir a regra de vacinação obrigatória.
Na sequência das investigações, a polícia federal encontrou planos para anular o resultado das eleições brasileiras em 2022 e uma história insólita que passava por tentar vender jóias, relógios, canetas e outros presentes recebidos por Bolsonaro durante o seu mandato.
Em silêncio desde que foi detido, Mauro Cid decidiu agora confessar a sua participação nos crimes, indicando que apenas cumpriu ordens diretas de Jair Bolsonaro, então presidente, o autor do esquema, avança agora a revista Veja.
A revelação vem contradizer o que até aqui Bolsonaro assegurou, que “jamais se apropriou ou desviou bens públicos” e que até devolveu “voluntariamente” algumas das joias da presidência que ainda tinha em posse.
Em reação a esta intenção de Mauro Cid, Bolsonaro considera a estratégia do seu ex-ajudante de “kamikazi”. Em declarações à ao canal televisivo Band, o ex-presidente voltou a negar ter recebido dinheiro ou ter sido o responsável pela venda de bens recebidos pela presidência brasileira.