Nuno Melo mantém o tabu por mais alguns dias quanto ao anúncio de uma candidatura à liderança do CDS-PP, mas avisa que vai apresentar uma moção de estratégia global no próximo congresso.
O eurodeputado escreve, numa publicação na rede social Facebook, que a decisão sobre uma eventual candidatura depende apenas da avaliação que faz do estado geral do partido.
“Muito antes das eleições autárquicas fiz saber que a decisão que tomasse em relação ao próximo Congresso, a que apresentarei uma Moção de Estratégia Global, não dependeria dos resultados destas eleições, antes sim da avaliação que fizesse do estado geral do partido. Dentro de dias darei a conhecer publicamente esta minha decisão.”
Nuno Melo mostra-se preocupado com os maus resultados do partido, que em quatro anos reduziu de 134 mil para 74 mil votos, e nas coligações com o PSD que eram lideradas por candidatos do CDS os votos baixaram de 80 mil para 19 mil.
O eurodeputado aponta ainda o facto de nas grandes cidades a votação do CDS ser inferior à do Chega ou mesmo da Iniciativa Liberal.
“Preocupa-me se qualquer direção do Partido não se preocupar suficientemente com isto”, alerta Nuno Melo.
O antigo deputado, várias vezes apontado à liderança do partido, considera que não se pode “aceitar” e “desvalorizar que as novas forças políticas à direita ocupem a relevância” do CDS no espaço político.
“Sendo que uma coisa serão coligações com o PSD casuisticamente justificadas, sem apagar o CDS na sua capacidade própria e outra, a generalização de coligações que podem esconder o estado real do Partido, enquanto outras forças políticas se consolidam, mas nos relegam para uma posição de fraqueza, no exato momento em que nós também tínhamos - ou tenhamos - de nos bater sozinhos em disputas eleitorais”, adverte.
O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou no Facebook que vai fazer uma declaração, na sexta-feira, sobre o futuro próximo do CDS.
“Ao longo destes dias ouvi os militantes e simpatizantes do CDS-PP, e estive hoje reunido com a minha Direção. Amanhã [sexta-feira], pelas 14h00, farei uma declaração sobre o futuro do nosso partido neste novo ciclo político que inaugurámos”, escreveu o líder centrista.