O PS recusou esta sexta-feira a existência de contradições entre membros do Governo sobre um parecer jurídico que fundamenta as exonerações dos presidentes executivo e do Conselho de Administração da TAP, reduzindo tudo a uma "questão semântica".
Esta posição foi transmitida pelo secretário-geral adjunto dos socialistas, João Torres, em conferência de imprensa, na sede nacional do PS, durante a qual considerou que a polémica em torno da existência ou não desse parecer jurídico "não interessa aos portugueses".
João Torres defendeu também que o primeiro-ministro tem "sentido de Estado e respeita as instituições", designadamente o funcionamento da comissão parlamentar sobre a TAP, razão pela qual "não lhe compete, a cada documento que é apresentado ou solicitado, a cada desenvolvimento que acontece nessa comissão parlamentar, "fazer um comentário sobre um importantíssimo instrumento de fiscalização".
Já sobre a questão das contradições entre as ministras dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, de um lado, e o ministro das Finanças, Fernando Medina, relativamente à existência ou não de um parecer jurídico na posse do executivo que fundamenta as exonerações dos presidentes executivo e do Conselho de Administração da TAP, o "número dois" da direção do PS respondeu: "Não vamos fazer de uma simplificação de linguagem uma contradição que não existe".
"Uma das características do populismo é ir atrás de atitudes, de vocabulário e de questões semânticas que não interessam nada à vida dos portugueses e que só ferem as instituições democráticas. Nós não vamos por aí", disse.
Perante a insistência neste ponto relativo a uma "desarticulação" no executivo socialista, João Torres acentuou: "A primeira versão até apontava que houve diferentes ministros que se uniram numa resposta à Assembleia da República".
"Não façamos de uma questão de semântica uma contradição que não existe. Não falamos de uma questão de semântica uma matéria que não interessa às pessoas. Essa é a arma dos fracos, dos populistas", insistiu.
"Estamos a falar de uma questão de linguagem, uma questão vocabular", acrescentou depois de confrontado com o facto de as declarações das ministras Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva, que mencionaram a existência de um parecer jurídico, serem diferentes das de Fernando Medina, que disse não ter esse parecer.
"Não transformemos essa questão de linguagem numa contradição que não existe. Desde a primeira hora, o Governo disponibilizou toda a informação" à comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP.