Mais de 800 mil pessoas já terão deixado a Ucrânia, fugindo das consequências do ataque militar russo ao país. Os números são da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Em declarações este domingo à RTP, o diretor-geral da OIM, António Vitorino, disse que, nesta altura, é difícil fazer projeções quanto ao número de deslocados, adiantando que “ao fim de seis dias de combates” já foram registadas “mais de 800 mil saídas da Ucrânia”.
Segundo António Vitorino, “quase metade [das pessoas] saíram em direção à Polónia, mas há também números muito significativos em países mais pequenos como a Moldávia, mais de 100 mil pessoas, ou para a Hungria”.
No pior cenário, traçado pela organização, estimava-se que entre um e três milhões de ucranianos pudessem abandonar o país devido à guerra.
“Neste momento a nossa perspetiva é de que esse número pode infelizmente ser atingido dependendo de duas coisas: as alterações militares em si mesmas e também da duração do conflito”, disse o responsável.
António Vitorino adiantou que a Organização Internacional para as Migrações está a “dar o apoio às pessoas que chegam aos quatro ou cinco países vizinhos e a tentar o melhor possível apoiar aqueles a quem chegamos dentro do território da Ucrânia, mas aí é muito difícil, porque há um cenário de guerra”.
“Decidimos retirar as nossas equipas de Kiev, porque receamos, sinceramente, que nas próximas horas venhamos a assistir a uma intensificação dos combates em torno de Kiev e nós temos que preservar também a segurança e a estabilidade das nossa equipas para podermos ajudar os ucranianos”, revelou António Vitorino.
Teme-se que a ofensiva russa cause “a maior crise de refugiados da Europa neste século”, já que milhares de pessoas de várias nacionalidades que vivem na Ucrânia, continuam a deslocar-se em direção aos países vizinhos.
Qualquer que seja o destino, a verdade é que o número de deslocados devido à ofensiva das forças afetas a Putin continua a subir.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Governo ucraniano acreditam que cerca de cinco milhões de pessoas, quase 10% da população do país atacado pela Rússia, vão deixar o território nos próximos tempos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um apelo para um pacote de emergência para assistência humanitária no valor de 1.7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros) e alertou para uma crise sem precedentes.