A futuro ponte D. António Francisco dos Santos, sobre o Douro, ligando Porto e Vila Nova de Gaia, deverá ter dois tabuleiros, sendo o superior reservado ao futuro transporte de Alta Velocidade.
O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues admite, à Renascença, que a "solução técnica e financeira mais razoável" deverá ser mesmo a da construção de uma ponte com dois tabuleiros.
O autarca sublinha o entendimento de Porto e de Vila Nova de Gaia quanto à “convicção absoluta de que uma ponte à cota baixa é fundamental na zona de Campanhã e na zona de Oliveira do Douro”.
“É uma ligação urbana extraordinária e lançámo-la, com um concurso que já decorreu, com estudos que já foram feitos”, reforça o autarca gaiense.
Eduardo Vitor Rodrigues lembra que “o Governo definiu uma prioridade que é a Alta Velocidade, com um atravessamento no Rio Douro que é, parcialmente, no canal da Ponte D. António Francisco dos Santos. Aquilo que está hoje em discussão é saber se mantemos as duas pontes tão próximas ou se a solução técnica e financeiramente mais razoável não será mesmo ter uma ponte com dois tabuleiros, e com maior harmonia”.
O presidente da Câmara de Gaia garante que os dois municípios pensaram a nova ponte “numa perspetiva de servir as pessoas e não propriamente saber se a ponte é da Câmara ou do Estado".
"Para nós,está em cima da mesa a solução que for mais conveniente do ponto de vista técnico e financeiro”, sublinha o autarca, para quem a solução dos dois tabuleiros é aquela que "tem neste momento mais argumentos".
O responsável revela haver sintonia entre a Infraestruturas de Portugal e as câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia e admite que até final do ano possa haver uma decisão.
"Acredito que até final do ano tenhamos que fechar este assunto até porque o plano ferroviário foi apresentado, e há mesmo uma discussão publica sobre o documento, e os estudos estão a andar em alta velocidade."
Caso vingue a solução de uma ponte com dois tabuleiros, a Infraestruturas de Portugal deverá assumir os custos da obra. As autarquias não abdicam da homenagem ao antigo bispo do Porto e querem que se mantenha o nome escolhido para a travessia.
O pesidente da Câmara de Gaia apresentou esta segunda-feira o maior orçamento da história da autarquia, num valor global de 296 milhões de euros. Entre os projetos apresentados,está a construção de um centro de congresso com capacidade para 1.900 lugares, investimento previsto para “o miolo de Vila Nova de Gaia, no entreposto de vinho do Porto, com projeção para a cidade do Porto e uma expectativa de conclusão em 2 anos e meio”.
De acordo com Eduardo Vitor Rodrigues, a obra deverá custar 35 milhões de euros que serão suportados parcialmente pela “autarquia e por um fundo imobiliário da autarquia”.