Plástico dos oceanos usado em t-shirts da Adidas. Lego opta pela cana-de-açúcar
12-04-2018 - 12:11

As duas empresas reforçam as medidas de proteção do ambiente com a utilização de materiais recicláveis nos seus produtos. Segundo a ONU, até 2050 pode haver mais plástico do que peixes no mar.

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A empresa desportiva Adidas decidiu lançar, em parceira com a organização Parley For the Oceans, uma edição limitada de camisolas feitas com plástico retirado dos oceanos.

Os equipamentos vão ser usados por equipas da Major League Soccer, o principal campeonato de futebol dos Estados Unidos e do Canadá.

Além disso, a Adidas lançou a venda de roupas para Ioga feitas a partir do mesmo material.

Esta não é a primeira vez que a empresa alemã investe neste tipo de produto. No ano passado, um milhão de pares de ténis feitos com o plástico vindo dos oceanos foram vendidos e, para 2018, a previsão é que sejam comercializados cinco milhões de sapatos feitos com aquele material.

O objetivo é usar plástico reciclado dos oceanos em todos os seus produtos até 2024.

Todos os anos, os oceanos recebem cerca de oito milhões de toneladas de lixo plástico, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). As estimativas indicam que, até 2050, possa haver mais plástico do que peixes no mar.

Lego de cana-de-açúcar?

A empresa dinamarquesa Lego também decidiu fazer mudanças sustentáveis e iniciou este ano a produção de peças de plástico à base de cana-de-açúcar – entre elas, folhas, árvores e arbustos.

As novas peças serão incluídas nos pacotes no final deste ano e a ideia é que, até 2030, todos os blocos sejam feitos de plástico vegetal.

Atualmente, as peças são feitas de plástico obtido a partir do petróleo. De acordo com a Lego, os blocos sustentáveis serão idênticos em aparência e resistência em relação aos antigos.

Alguns ambientalistas apoiam a medida, mas outros estão preocupados com o eventual efeito negativo da produção destes blocos nas plantações de cana-de-açúcar.

Tim Brooks, vice-diretor do centro de responsabilidade ambiental e materiais sustentáveis da Lego, diz que a cana-de-açúcar utilizada no fabrico das peças está a ser cultivada em terrenos agrícolas já existentes.

"Não estamos a derrubar a floresta para cultivar a safra", informou em entrevista citada pelo site Mashable.

"Haverá quem não concorde, mas é muito melhor do que o petróleo", defendeu também Stephen Mayfield, biólogo molecular da UC San Diego, ao mesmo site, acrescentando que a mudança pode gerar uma redução de 70% da pegada de carbono.