A Europa das sanções, entre ameaças, avisos e explicações
04-07-2016 - 11:35
 • Pedro Mesquita

António Costa deverá fazer hoje a derradeira tentativa para travar sanções, com o envio de uma carta a Jean-Claude Juncker, com o argumentário de defesa de Portugal.

Bruxelas aperta a pressão a Portugal e Espanha. Em entrevista ao jornal alemão Bild, o comissário europeu para a Economia defende a aplicação de sanções. Diz Gunther Oettinger que as sanções são necessárias, porque os dois países não conseguiram as metas assumidas para 2015. Para defender a sua credibilidade, a Comissão terá que aprovar sanções, argumenta Oettinger.

Estas declarações seguem-se à posição assumida pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, que apela a uma decisão rápida, e o tema também marca a imprensa portuguesa.

O jornal i diz que as sanções de Bruxelas anunciam um Verão quente. Seguem-se quatro anotações importantes: "Geringonça pode tremer", "Exigências de mais austeridade vão ornar muito duras as negociações do orçamento de 2017", "PS e BE acham que a comissão castiga Portugal por ter governo de esquerda", "Mesmo a suspensão de castigo ou multa de um euro prejudicarão bastante o país".

O Público sublinha que António Costa deverá fazer hoje a derradeira tentativa para travar sanções. O primeiro-ministro vai enviar uma carta a Jean-Claude Juncker, apresentando o argumentário de defesa de Portugal. De Bruxelas, chegam notícias de um eventual adiamento da decisão. No meio de tudo isto – citado pelo DN - Passos Coelho diz que “O governo não virou a página da austeridade, virou antes a da credibilidade”.

No Jornal de Negócios, há uma entrevista a Maurice Obtsfeld, o economista-chefe do FMI . Duas ideias-chave: “O malparado de Portugal e Itália é preocupante" e “seria muito negativo que a União fosse vingativa em relação ao Reino Unido.”

As noticias do dia concentram-se no nosso país, sem esquecer o abalo que o Brexit está a causar. Os jornais britânicos também falam do tema e também da Suíça. Diz o The Guardian que a União Europeia avisa a Suiça de que não terá acesso ao mercado livre se não permitir a movimentação de cidadãos.