A vice-primeira-ministra da Ucrânia não acredita nas boas intenções do Presidente russo, Vladimir Putin, que decretou na quinta-feira um cessar-fogo na Ucrânia durante o período do Natal ortodoxo.
Iryna Vereshchuk defende categoricamente que a Rússia estará a planear ataques a igrejas durante as celebrações do nascimento de Jesus pelos ortodoxos.
Este alerta segue-se ao do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que já tinha afirmado que esta alegada trégua por parte de Moscovo é “uma hipocrisia”, só servindo para “ganharem tempo”, e que os combates só serão suspensos quendo os russos saírem dos territórios ocupados.
O Natal ortodoxo começa esta sexta-feira na Ucrânia, por isso, Iryna Vereshchuk apela à população residente nos territórios ocupados que evitem comparecer aos serviços religiosos.
Os próprios serviços secretos ucranianos terão recebido denúncias de ataques a igrejas ortodoxas durante esta época, segundo avança o jornal Kiev Independent.
Na quinta-feira, depois de uma reunião com patriarca ortodoxo russo Cirilo, Vladimir Putin pediu ao exército russo para executar um "cessar-fogo na linha de contacto entre as partes a partir das 12h00 horas do dia 6 de janeiro até às 12 horas do dia 7 de janeiro".
O presidente russo apelou também às forças ucranianas que respeitem esta trégua para dar a possibilidade aos ortodoxos, a confissão maioritária na Ucrânia como na Rússia, de "assistir aos serviços religiosos na véspera de Natal, bem como no dia da Natividade de Cristo".
"Atendendo ao apelo de Sua Santidade o patriarca Cirilo, instruí o ministro da Defesa para introduzir um regime de cessar-fogo ao longo de toda a linha de contacto na Ucrânia", refere um comunicado difundido pelo Kremlin.
A Ucrânia foi invadida pela Rússia no dia 24 de fevereiro de 2022 e, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas, a invasão provocou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, dos quais 6,5 milhões em território ucraniano e 7,8 milhões de refugiados noutros países europeus.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos identificando 2.737 homens, 1.842 mulheres, 216 meninos e 175 meninas entre os mortos.