A Direção Geral da Saúde (DGS) apresenta esta sexta-feira o Plano de Ação para o Inverno que é, no fundo, um conjunto de recomendações e diretivas para que as pessoas se protejam e as unidades de saúde se preparem, para o previsível impacto nos serviços do aumento das infeções respiratórias.
Depois de nos dois últimos anos a Covid-19 ter sido a maior preocupação, agora o SarsCov2 aparece no grupo dos vírus responsáveis pelas infeções respiratórias, como a gripe ou o vírus sincicial.
À Renascença, Miguel Arriaga, chefe de divisão de literacia em saúde e bem-estar da DGS, admite que a recusa dos médicos em fazerem horas extraordinárias pode limitar a resposta em saúde, mas diz que é essencial que as estruturas da saúde se preparem para darem a melhor resposta possível em função das necessidades.
“Claro que existem sempre múltiplas limitações, como [a recusa dos médicos fazerem horas extraordinárias], mas é absolutamente decisivo termos um planeamento que nos permita responder não só para àquelas que são as respostas do nosso dia a dia, mas também para a eventualidade, e é isso que acontece todos os anos, como por exemplo, o aumento daquelas que são as infeções respiratórias e a maior procura de cuidados”, defende.
A existência de planos permite que “as estruturas da saúde se possam, de alguma forma, preparar e ter uma resposta mais adequada possível face às necessidades que encontramos”, realça.
O chefe de divisão de literacia em saúde e bem-estar da DGS sustenta ainda que as unidades têm de encontrar a melhor resposta em função das necessidades.
“Podemos ter estruturas desde as unidades de cuidados de saúde primários, que tem menos colaboradores, menos trabalhadores nas suas estruturas e que têm eventualmente até menos população preparam-se de uma forma", explica.
Já "as estruturas mais alargadas, como os grandes hospitais, os hospitais centrais preparam a sua resposta de uma outra forma em função também daquelas que são as necessidades e aqui podemos estar a falar desde a questão da disponibilização de mais espaço para mais doentes, sendo possível a ativação de outros recursos para situações de contingência e, portanto, esta adaptação é feita em função das necessidades e em função dos recursos de cada uma das estruturas”, acrescenta.
Infeções respiratórias estão a aumentar, mas ainda sem impacto nas unidades de saúde
Nestas declarações à Renascença, Miguel Arriaga revela que as infeções respiratórias estão a aumentar, devido às baixas temperaturas, mas ainda não têm impacto na afluência às unidades de saúde, alertando que com a chegada do frio vai mudar tudo e temos de estar preparados.
“A possibilidade do aumento do número de casos de infeções respiratórias estará, com toda a certeza presente, para as próximas semanas que irão acompanhar também a descida de temperatura”, diz.
Questionado sobre se já há vírus da gripe a circular, nesta altura, admite que sim, mas ressalva que “estamos a falar de infeções respiratórias da gripe, sem uma grande expressão ainda naquelas, que são as nossas estruturas hospitalares, mas é o que é perfeitamente habitual para a época, naquela que é nosso período de gripe sazonal”.
Miguel Arriaga destaca ainda que existe e é disponibilizada em várias plataformas informação sobre autocuidados e sobre horários de centros de saúde, que nesta altura podem ter horário alargado.
“Temos informação disponível também no site da Direção-Geral da Saúde, informação sobre os cuidados que devem ser tomados, que devem ser prestados, e, depois, informação específica sobre as diferentes unidades, pode ser encontrada também no site do Ministério da Saúde e na linha SNS 24”, refere.
“E aqui a uma atenção também muito particular, não apenas para as pessoas que têm mais facilidade no mundo digital poderem se ter esta informação, mas também às pessoas que com menos capacidade de navegar neste mundo digital para não ficarem sem informação a linha SNS 24 o 808 24 2424 dará estas respostas no atendimento de uma chamada telefónica com técnicos que estão preparados para estas respostas”, acrescenta.