Mundo falhou no combate ao terrorismo, diz Guterres nas Nações Unidas
12-04-2016 - 19:58

Antigo primeiro-ministro português foi entrevistado para o cargo de secretário-geral da ONU.

A comunidade internacional está a falhar no combate ao terrorismo, afirmou esta terça-feira António Guterres na audição para secretário-geral das Nações Unidas.

Nesta entrevista de emprego na sede da ONU, em Nova Iorque, o antigo primeiro-ministro português defendeu que é necessário um impulso na diplomacia para a paz, uma vez que o mundo não está a agir da melhor forma não só na resolução de conflitos, como também na prevenção dos mesmos.

“Se há algo em que a comunidade internacional está a falhar é na prevenção e resolução de conflitos, bem como na protecção da segurança global contra o terrorismo. É por isso que eu acredito que precisamos de um impulso na diplomacia para a paz, como vimos recentemente na crise síria com a iniciativa liderada pelos Estados Unidos e pela Rússia. Mas à medida que as relações de poder estão a tornar-se menos claras, a liderança está também a ser um conceito mais complexo que requer uma abordagem colectiva e é aqui eu vejo um papel para os bons ofícios do secretário-geral.”

António Guterres fez uma intervenção inicial, de cerca de 10 minutos, em três línguas: Inglês, Francês e Castelhano. Depois foi submetido a várias questões dos representantes de mais de 190 países no âmbito da primeira audição do processo de selecção do próximo secretário-geral de ONU.

O ex-alto comissário das Nações Unidas para os refugiados diz que quer ser um “negociador, patrocinador e mensageiro” da paz e defende a erradicação do terrorismo e dos extremismos como uma prioridade.

Caso seja eleito secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres compromete-se a estabelecer um roteiro, nos primeiros meses do seu mandato, para garantir a paridade no pessoal da organização, com prioridade para os cargos de topo.

"As Nações Unidas têm de liderar o esforço da comunidade internacional para a igualdade de género, o que - vamos ser honestos - não foi sempre exactamente o caso", declarou Guterres, defendendo que "a partir de agora, o secretário-geral deve respeitar a paridade" nas escolhas do Conselho Executivo da ONU e nos quadros mais elevados.