O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, morreu esta quarta-feira na queda de um avião, nos arredores de Moscovo. O seu nome constava da lista de passageiros e o óbito acabou por ser confirmado pela Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya).
O incidente surge depois de, há dois meses, Prigozhin ter liderado uma rebelião contra o Kremlin, que acabou por ser resolvida em menos de 24 horas.
Nascido em São Petersburgo, a figura política e militar nem sempre teve este estatuto.
Aos 18 anos, em 1979, foi condenado pela primeira vez por roubo, condenação que se iria repetir dois anos depois.
Depois de sair da prisão, Prigozhin montou uma rede de barracas que vendiam cachorros-quentes, na sua cidade natal.
Em poucos anos, na entrada da década de 90, os negócios correram bem ao ponto de Prigozhin ser dono de vários restaurantes.
Foi através da restauração que Prigozhin estabeleceu contacto e proximidade com figuras poderosas da política russa. Vladimir Putin gostava tanto de um dos restaurantes que começou a levar seus convidados estrangeiros para comer lá. Com o tempo, Prigozhin recebeu mesmo a alcunha de "chef de Putin".
A influência de Prigozhin cresceu ao ponto de se envolver na disrupção das eleições norte-americanas, por parte do estado russo, e da expansão da influência do Kremlin em África.
Tornou-se, depois, uma das principais figuras da guerra contra a Ucrânia, liderando o grupo Wagner - um grupo privado de mercenários, algums deles recrutados em prisões.
A 23 de junho, Prigozhin convocou uma revolta contra o alto comando militar da Rússia,
No entanto, Prigozhin defendeu-se de qualquer “golpe militar”, alegando estar a liderar uma “marcha por justiça”.
As forças do grupo Wagner marcharam por cidades russas, perto da fronteira com a Ucrânia, mas a rebelião acabou por durar menos de 24 horas.
O grupo Wagner encontrava-se já a 200 quilómetros da capital russa, quando, num acordo mediado por Alexander Lukashenko, Presidente da Bielorrússia, Prigozhin aceitou travar a rebelião.
Numa mensagem de áudio divulgada na rede social Telegram, justificou a decisão dizendo que quis evitar um “banho de sangue russo”.
[notícia atualizada - morte de Prigozhin confirmada pelas autoridades russas]