Alexandra Carvalho e Alexandre Santos foram nomeados esta terça-feira para o conselho de administração da Transtejo/Soflusa, quase um mês depois de a anterior administração ter apresentado demissão na sequência da polémica compra de navios elétricos sem baterias.
Em comunicado, os Ministérios do Ambiente e das Finanças indicam que "os dois nomes já receberam parecer favorável da comissão de recrutamento e seleção da administração pública", devendo assumir funções a 13 de maio. "O terceiro elemento do conselho de administração da empresa será indicado em breve", referem ainda as tutelas.
Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, Alexandra Carvalho, que assumirá o cargo de presidente do conselho de administração, foi secretária-geral do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, para o qual foi nomeada a 27 de junho de 2018 (e que ocupava, em regime de substituição, desde 2014).
Diretora do Fundo Ambiental por inerência de funções, desde 1 de janeiro de 2017, nos 10 anos anteriores Alexandra Carvalho foi diretora do departamento de relações internacionais do então Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. Em 2007 e em 2021, coordenou a participação do Ministério na Presidência Portuguesa da União Europeia.
Alexandre Santos, que ocupará o lugar de vogal com o pelouro da área financeira, desempenhou, entre 2019 e 2022, o cargo de vogal do Conselho de Administração do Organismo de Produção Artística. De 2013 a 2019, foi vogal do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
O anterior conselho de administração da Transtejo apresentou demissão em bloco a 16 de abril, após o Tribunal de Contas ter chumbado a compra de baterias para os novos barcos por ajuste direto, remetendo o negócio para o Ministério Público por o considerar "lesivo do interesse público".
A transportadora responsável pelas travessias do Tejo comprou nove embarcações elétricas por cerca de 52 milhões de euros, mas deixou para mais tarde a aquisição das respetivas baterias, com o TdC a considerar que foi "enganado" pela empresa quando aprovou a compra dos catamarãs.
Após o chumbo da compra de baterias, e ao anunciar a sua demissão, a então presidente do conselho de administração da Transtejo, Marina Lopes Ferreira, assegurou que "o que esteve em causa foi não gastar dinheiro do Estado a mais", garantindo que "foi essa a preocupação" da empresa.