Veja também:
- Sondagem das Sondagens
- Todas as notícias sobre as Legislativas 2024
- Legislativas. Debate da Rádio marcado para 26 de fevereiro
- O que prometem os partidos? Veja aqui os programas eleitorais
- Bloco Central? “Quem criou a bipolarização entre o PS e o PSD foi António Costa”
- Fact Check: Pedro Nuno Santos disse que, sem o Chega, a Esquerda é maioritária. Verdadeiro ou falso?
O Volt Portugal fez esta quinta-feira uma arruada pelo bairro lisboeta da Mouraria, a zona mais multicultural do país, para dizer aos imigrantes que "são bem vindos" e que o partido tem soluções para melhorar a sua integração.
O evento, inserido na pré-campanha para as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, contou com a presença, além da cabeça de lista do Volt Portugal, Inês Bravo Figueiredo, de figuras como a antiga eurodeputada socialista e ex-candidata presidencial, Ana Gomes, e Tiago Mayan, um dos cofundadores da Iniciativa Liberal.
O arranque da arruada deu-se no Martim Moniz e percorreu algumas das ruas do bairro da Mouraria, como o Benformoso, a a artéria mais multicultural de Portugal.
Munidos de bandeiras e de "flyer", em idioma hindi e bengali, a comitiva do Volt cumprimentou várias dezenas de transeuntes do Benformoso, a grande maioria imigrantes do sudoeste asiático, dizendo-lhes que o partido é a favor da imigração e que quer ajudar na sua integração.
No final da iniciativa, em declarações aos jornalistas, Inês Bravo Figueiredo assegurou que o Volt Portugal "tem medidas muitas concretas para responder ao desafio da imigração", nomeadamente "uma aposta na integração cultural".
"O que nós queremos fazer é, de facto, trazer uma solução para este problema. O que nós estamos a sugerir é, para além de termos aulas de português, ter também integração cultural, ou seja, aulas de cultura", apontou.
Criticando o posicionamento dos partidos de extrema-direita relativamente às questões da imigração, a candidata do Volt sublinhou que alguns problemas que existem se resolvem com "integração" e não com "discursos de ódio".
"O que a maior parte das pessoas dizem é que os imigrantes são pessoas muito simpáticas, muito esforçadas, mas que não conhecem algumas das nossas práticas culturais. Portanto, nós achamos que, ao fazer esta troca cultural, será muito mais fácil não haver estes momentos de tensão e de choque", argumentou.
No mesmo sentido, em declarações à agência Lusa, a antiga eurodeputada Ana Gomes considerou que "o grande desafio passa por dar aos imigrantes melhores formas de integração".
"Há preconceituosos que visam semear o ódio e a divisão entre os portugueses e aqueles que vêm trabalhar para o nosso país. O que nós queremos é que sejam bem tratados, como os nossos emigrantes que foram para fora foram e continua a ser", afirmou.
Já Tiago Mayan, também em declarações à Lusa, afirmou existir um vetor económico e social no fenómeno da imigração, defendendo a importância de políticas que percebam "os benefícios de uma sociedade aberta" e que reconheçam "o valor das pessoas enquanto indivíduos e não pela sua condição ou circunstância temporária".
O Volt Europa é um partido federalista e "pan-europeu" que surgiu internacionalmente como movimento em 2017, como reação ao "Brexit". O partido está presente em vários países europeus e conta com um eurodeputado no Parlamento Europeu, Damian Boeselager, eleito pelo Volt Alemanha em 2019.
O movimento surgiu em Portugal em dezembro de 2017 e foi oficializado como partido político pelo Tribunal Constitucional em junho de 2020.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 07 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.