O Governo francês anunciou o fim do raide policial que nas últimas horas tem sido realizado no bairro de Saint Denis. A notícia é avançada pela agência Reuters que cita o porta-voz oficial.
"A operação de Saint Denis foi determinante e pôde ser feita de noite porque está em vigor o estado de emergência", disse Stephane Le Foll.
Num primeiro balanço, há a indicação de sete detidos e cinco policias feridos.
As vítimas mortais são "uma mulher jovem" que se fez explodir accionando explosivos que levava no corpo e um outro "terrorista", atingido a tiro pela polícia.
Até ao momento não há confirmação sobre se entre os detidos ou mortos está o belga Abdelhamid Abaaoud, alvo da operação e alegado cabecilha dos atentados em Paris de sexta-feira que provocaram 129 mortes e mais de 350 feridos.
Os efectivos policiais concentraram-se durante quase sete horas num apartamento de um edifício onde estavam cinco ou seis terroristas.Dois deles morreram, um abatido pela polícia e outro, uma mulher, que fez explodir o colete-bomba que trazia vestido aquando da chegada das autoridades.
Paris raid over, seven arrested and at least two killed #SaintDenis pic.twitter.com/FmAenXD0tX
— Agence France-Presse (@AFP) 18 novembro 2015
O ministro da Administração Interna francês, Bernard Cazeneuve, já se congratulou pela forma como decorreu a operação. "Envio as minhas sinceras felicitações à policia que interveio nesta operação, de forma muito corajosa, e que enfrentaram durante horas disparos e explosões, perante uma situação que nunca tinham encontrado", disse.
O procurador de Paris confirmou que o raide visava capturar o presumível "cérebro" dos atentados de sexta-feira em Paris, mas que não foi possível confirmar se Abdelhamid Abaooud se encontrava no apartamento.
François Molins falava aos jornalistas em Saint Denis ao lado do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que confirmou a morte de dois presumíveis terroristas e a detenção de sete pessoas naquele subúrbio a norte de Paris.
Segundo Molins, elementos do inquérito em curso, obtidos através de escutas, vigilância e testemunhos, "faziam crer" que Abaooud estava no apartamento visado pelas forças especiais.
As autoridades não puderam ainda verificar, no entanto, se Abaooud estava entre os mortos ou detidos na operação, cujas identidades ainda estão a ser determinadas, explicou.
Cazeneuve e Molins deslocaram-se a Saint Denis no final da operação policial iniciada às 4h20 locais (3h20 TMG em Lisboa).
O ministro disse que participaram na operação 110 agentes das unidades policiais de elite RAID e BRI, alvo de disparos durante várias horas.