A Standard & Poor's considerou esta segunda-feira que apesar dos potenciais atrasos na formação de uma solução governativa, devido à ausência de uma maioria absoluta, os riscos são limitados, esperando que o próximo executivo prossiga uma política orçamental prudente.
"Apesar dos potenciais atrasos na formação de uma coligação governamental, esperamos que o próximo Governo dê continuidade à recente política orçamental prudente em Portugal", refere a agência de notação financeira, num comentário sobre o resultado das eleições legislativas de domingo.
O escrutínio eleitoral ditou uma vitória da Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguindo 79 deputados na Assembleia da República, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%), enquanto a IL manteve oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, um.
No comentário que não constitui uma ação de "rating", a Standard & Poor"s (S&P) assinala que "um parlamento fragmentado poderia atrasar a aprovação da legislação, mas a prudência orçamental tem o apoio consensual do PS e da AD".
Neste sentido, a agência espera que Portugal registe ligeiros excedentes orçamentais entre 2025 e 2027.
A S&P está convicta que a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) "continue no bom caminho", sendo "pouco provável que um novo governo dificulte o desembolso dos restantes 13,7 mil milhões de euros", exceto senão conseguir "implementar os projetos e reformas" necessárias para obter os fundos.
A S&P subiu, em 1 de março, o "rating" de Portugal de "BBB+" para "A-", com perspetiva positiva.
Além da S&P, a agência de notação financeira DBRS alertou esta segunda-feira para o risco de um parlamento bloqueado em Portugal e de um governo instável poder dificultar a implementação do PRR e não descartou a convocação de novas eleições antecipadas.