A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) registou um aumento de 4% nas reclamações contra as operadoras de comunicações no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2022. O principal motivo da subida das reclamações foi o aumento de preços dos serviços, mas as falhas no apoio técnico continuam a liderar.
Entre as 28,5 mil reclamações recebidas pela Anacom, indica o organismo esta segunda-feira, mais de 20 mil devem-se às comunicações eletrónicas. A Vodafone, cujo aumento de queixas espelha a subida geral, lidera no número absoluto de reclamações - cerca de 7,3 mil -, assim como em termos relativos, com 2 reclamações por cada mil clientes. A menor taxa de reclamações pertence à MEO, com 1,1 reclamações por mil clientes.
Em contraste, o maior aumento de reclamações também pertence à MEO, cuja subida foi de 8% face ao primeiro trimestre de 2022.
Tal como a MEO, a NOS regista 30% das reclamações submetidas à ANACOM - o que equivale a 6,1 mil queixas. As reclamações contra a NOS também aumentaram, em cerca de 3%, relativamente ao início de 2022.
Falhas no serviço técnico são maior motivo de queixa
Segundo os dados da Anacom, é a demora no serviço técnico e a reparação deficiente de falhas nos serviços que motiva mais reclamações - 3 mil, o que representa 15% do total. É esta a queixa que domina tanto na MEO e na NOS como na Vodafone.
O aumento dos preços dos serviços de comunicações é outro grande motivo para submeter reclamações, sendo responsável por 11% das queixas no primeiro trimestre de 2023. As mais de duas mil queixas sobre os aumentos impostos pelas operadoras representam um aumento de cerca de 1.800 reclamações face ao mesmo período de 2022.
Em 2023, MEO, NOS e Vodafone aumentaram os preços em 7,8%. Apenas a NOWO, que aguarda a resposta da Autoridade da Concorrência para saber se a compra pela Vodafone é autorizada, não fez nenhum aumento.
Entre os cinco maiores motivos de reclamações estão também a demora no tratamento das reclamações, onde lidera a Vodafone, as falhas no acesso à internet fixa, lideradas pela NOS, e as falhas no serviço de televisão por subscrição, registadas em maior número na MEO.